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    "As obras do Ifet de Gaspar estão atrasadas em mais de nove meses para que nele os jovens possam se qualificar e estudar em 2010"

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    Álvaro de Campos

    Poema em Linha Reta

    Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó principes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

    *Álvaro Campos é um dos heterônimos de poeta e escritor português Fernando Pessoa.

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Um caso de polícia para reflexões

Posted on 10/04/2009 by olhandoamare

O comentário feito neste blog, na quarta-feira dia 8/04/09 era sobre uma notícia aparentemente “velha”: uma audîência pública acontecida no dia 31/03/09 sobre a Segurança Pública, na nossa cidade. E em jornalismo factual, o “velho” é algo comparado a um pecado mortal para o repórter, o veículo. Afinal, todos nós somos ávidos por novidades.

O comentário que fiz sobre o “velho” chamava à atenção do leitor do blog e dos gasparenses de um modo em geral, para a pouco divulgação do evento em relação à importância que ele teria para as nossas vidas, e principalmente, para a interferência do presidente da Associação Empresarial de Gaspar, a ACIG, Samir Buhatem, na referida audiência. Ele pontuou com o comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, o Coronel Eliézio Rodrigues. Acesse-o e veja os detalhes.

Pois bem, o comentário sobre o assunto aparentemente “velho” repentinamente virou “notícia nova”. O comentário “um caso de polícia” foi um dos mais acessados nos últimos dias e tornou-se pauta. E hoje, sexta-feira, Santa para os cristãos, dia 10/04/09, parte do problema e da possível solução é a manchete do jornal Cruzeiro do Vale: “Viaturas da Polícia Militar estão paradas por causa das multas”. Ou seja, das 21 viaturas do Pelotão, sete estão no pátio impedidas de sairem. É a Gaspar acordada. E não acordou por um gasparense, mas por quem a defende com se um deles fosse. Mais uma vez.

As minhas reflexões continuam: 1) por que uma “notícia velha” teve que se tornar “nova” para ganhar repercussão e solução? 2) por que o comandante do Pelotão de Gaspar, tenente Adair Fernandes – como o Coronel Eliézio – tenta por panos quentes numa realidade em que ele deveria ser o primeiro a buscar soluções? Exagero? É só ler o jornal. Está lá. Com 70% subentende-se que o Pelotão dá conta do recado nas necessidades das rondas ostensivas na cidade. Ora, se dá, então para que mais viaturas como ele mesmo pede para todos nós e seus superiores? Acabaram de chegar seis e virão mais três, informa a mesma reportagem e com os nossos impostos ou multas como as que vamos perdoar (e parece-me com boa razão) para os veículos dele (nossos); 3) e os outros problemas como a instalação da Companhia da PM, a construção da Delegacia de Polícia, a implantação do sistema de monitoramento etc e tal quando virão à solução? Precisamos de mais, muito mais “notícias novas”. Acorda Gaspar.

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