Este blog é essencialmente de opinião. A minha e de outros. Eu tenho opinião. Pobre daquele que não a tenha. Pior mesmo é aquele que não tem opinião, não conhece esse valor, e por conta disso, não respeita quem a tenha. Mas, a minha opinião não é a única, a certa ou a definitiva. É uma opinião. Ela também muda, porque todos os contextos mudam e o meu convencimento se aperfeiçoa. O que não mudam, são os meus princípios e que forjam a minha opinião e alimentam as mudanças. Também erro, cometo equívocos e sem pudor me penitencio. Não sou perfeito. Sou humano. Meus erros e os dos outros – na minha avaliação – são os combustíveis do meu constante aperfeiçoar. Não tenho a verdade. A minha opinião é feita unicamente da minha consciência e da observação dos atos e opiniões – do que para mim – parecem ser o certo ou o errado. Por isso, ela confronta e é confrontada por outras opiniões. E este, é o jogo jogado.
Então vamos lá. Ontem, quarta-feira, dia 8, foi um dia de paralisação dos funcionários públicos de Gaspar contra a resposta do governo de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, PT, de reajustá-lo em apenas 1,5%, bem menos dos 15% pedido, ou a inflação do período calculada em torno de 6%. Foi uma adevertência, dizem. Não mobilizou todos. Foi algo diferente. Maduro. Organizado. Expôs as incoerências do atual governo municipal e confrontou o palanque político da campanha eleitoral. Os servidores passaram o sentimento de que “fomos enganados”. E dai? Os governantes estão eleitos e é com eles que se conviverão. Todavia, de prático da paralisação de ontem para a causa, pouco. Outras paralisações estão prometidas.
Penso, todavia, que é chegada a hora do Sintraspug – Sindicato dos Trabalhados nos Serviços Públicos de Gaspar – e de seu presidente Sérgio Luís Batista de Almeida, que foi candidato pelo PR a vice na chapa encabeçada por Ivete Mafra Hammes, PMDB, na eleição em que Celso e Mariluci sairam vencedores – de encaminhar uma solução. Algo prático para a categoria. E ai sim, criarem uma autoridade para os futuros “diálogos”.
Qual o objetivo do Sintraspug? Repor, no mínimo, as perdas dos servidores no período. Qual o objetivo do Município por meio dos seus representantes legítimos Celso e Mariluci? Por a administração a bom termo sob o ângulo da Lei de Responsabilidade Fiscal. Independe se esta alegação técnica é ou não uma máscara política, como alegam e dizem provar (por palavras) os servidores e o Sindicato. O certo é que existe um impasse técnico e político.
Qual é o caminho mais adequado para ambos? A Jurisdição ou seja, a Justiça do Trabalho. É lá que se estabelece o jogo legal, que se desmascara as intenções políticas de ambos se houver, os subterfúgios; é lá que a solução se estratifica para quem não tem convergência na mesa de negociação. A paralisação é um ato aceitável, entretanto não pode ser uma prática, uma rotina. É desgastante, a começar pela mobilização que aos poucos vai perdendo força. Na paralisação repetida, todos perdem: o governo porque fica exposto e num momento em que outros desgastes que já lhe acometem; os servidores submetidos a pressões, angústias e divisões; e a população – normalmente a mais carente – que precisa dos serviços e se vê refém da ausência deles.
Corram o risco, senhores. Vão à Justiça. Quem tiver mais argumentos sólidos ou tiver o melhor convencimento vencerá e alimentará as comemorações. Mas, quem ganhará no fundo, será Gaspar e os gasparenses com o esclarecimento desse impasse técnico, social, classista e político. Acorda Gaspar.
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