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    "As obras do Ifet de Gaspar estão atrasadas em mais de nove meses para que nele os jovens possam se qualificar e estudar em 2010"
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    Álvaro de Campos

    Poema em Linha Reta

    Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó principes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

    *Álvaro Campos é um dos heterônimos de poeta e escritor português Fernando Pessoa.

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O mau cheiro do lixo de Gaspar

É a quinta vez que licitação para a coleta do lixo em Gaspar muda de data na administração de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT. E olha que eles nem completaram cinco meses de mandato. A abertura dos envelopes para a concorrência pública prevista para quinta-feira passada, dia 21 de maio, foi transferida para o dia 26 de junho, acompanhada do “Aditivo III”. Em jogo, o modelo de coleta que passa a ser por peso e a indisposição das empresas para os acertos dos custos. Hoje, no contrato espichado e suplementado pela equipe de Pedro Celso Zuchi, paga-se R$180 a tonelada. A Recicle, de Brusque, faz o serviço em Gaspar. Ela foi contratada por licitação do governo passado de Adilson Luís Schmitt, PSB e Clarindo Fantoni, PP.

Coleta de lixo sempre lançou dúvidas para as administrações municipais. Algo sujo e que fede. São notórios os casos de dúvidas. Até na administração passada tem um caso mal explicado de varrição. Além disso, as ações dos ambientalistas e promotoria pública no que tange a depósito e tratamento do lixo (domiciliar, industrial, reciclável e hospitalar) bem como o reduzido número de empresas especializadas, aumentam o problema e os custos. Acabou-se a era dos lixões.

Em Gaspar foram cinco adiamentos. O preço começou com R$206,00 foi para R$196,00 e agora está fixado em R$188,31. Certo mesmo, só balança rodoviária para pesar o lixo. Ela já foi comprada pela secretaria de Obras ( e não pelo Samusa responsável pelo gerenciamento deste assunto no Município) por R$79.630,00, no dia oito de maio da Rinnert, de Trombudo Central, como nos relata o Diário Oficial dos Municípios número 235(aquele que esconde as coisas do povo na internet) sobre a licitação 65/2009 e publicada no dia oito de maio deste ano (SAF51/2009). Perguntar não ofende. E se o lixo não for contratado por peso, o que se fará com a balança?

Matemática dos políticos

Esta nota eu a publiquei na coluna “Olhando a Maré” que assino as terças-feiras no jornal “Cruzeiro do Vale”. A republico para mostrar como a política partidária move e contamina as associações de bairros; republico-a para corrigi-la num erro nos números, mas esse erro não invalida, absolutamente, o tom da nota.

A política partidária nas associações de bairros lhes retira a legitimidade de lutar por causa comuns e de forma independente. Elas ficam atreladas a políticos e ao poder de plantão ou marcadas por simpatias ao poder destituído. A comunidade perde. Os mais fracos perdem. É a prova da empulhação. Mas, infelizmente, esta é hoje a porta que muitas pessoas escolhem para aparecer para a política partidária.

Primeiro eles fingem que são voluntários, interessados pelas causas do seu bairro, das pessoas mais humildes e das soluções de infraestrutura. Organizam-se, cativam a confiança, estruturam-se. Finalmente agem e promovem resultados. E então dão o bote ou então são cooptados ou comprados (é isso mesmo) por partidos que veem neles uma máquina de votos para a legenda de seus partidos que não se preocuparam com a formação de novos líderes em suas próprias fileiras.

Preferem mais um descomprometido em suas fileiras que provavelmente será um problema mais tarde para o partido e à sociedade. Já aprendeu a levar e manipular vantagens.

Está aqui mais um exemplo. E é por isso, que as coisas desse tipo acontecem. Desde cedo as coisas se entortam no aprendizado do jeitinho e da manobra. A comunidade que se lixe. Dela, só os votos para a legitimidade do cargo, do poder.

Não é preciso ser um gênio matemático para somar 385 com 328 e o resultado ser igual a 713. Este foi o total votos apurado na urna que reelegeu no sábado Maicon Oneda, presidente da Associação de Moradores da Margem Esquerda. Houve ainda 19 nulos, ou seja, 732 votantes, certo?. Errado. Agora, é preciso ser um mágico para entender porque na lista de votantes só tinham 714 assinaturas, ou seja, 18 a menos que o número de votos contados. Coisa de políticos. Isto daria anulação do pleito. Não deu. Coisa de políticos.

Isto é fruto da política partidária que contamina as associações e das disputas que não terminaram ainda por aqui . Veja. Oneda, chefe da ETA em cargo em comissão, foi apoiado pelo PT ( o ex-vereador Francisco Anhaia) e o Samusa onde trabalha. Quem entregava as cédulas era a mulher de Oneda, Carla. Quem concorreu e perdeu foi o Roni Muller, um líder comunitário. Ele aceitou o resultado e diz que não vai impugná-lo devido a expressiva participação da comunidade. Resta saber como a ata será feita. A ex-vereadora Teresa da Trindade (ex-PT, PP e agora no DEM) o ajudou. Acorda Gaspar.