No dia 31 de março aconteceu na Câmara de Vereadores de Gaspar uma audiência pública para discutir a segurança da nossa cidade. A notícia parece velha. Mas, é mais atual do que se possa pensar.Foi um ato importante, recheado de figurinhas carimbadas do segundo escalão da segurança estadual e pouco divulgado, como convém certos assuntos delicados e urgentes para a nossa comunidade. Discutiu-se o monitoramento por câmeras no centro; a transformação do Pelotão para condição de Companhia com o aumento de efetivo dos PMs, bem como a construção da nova sede Polícia Civil na nossa cidade.
Era um ato técnico, político e de prestação de contas. Um explica e outro aplaude. Mas, quando se coloca o dedo na ferida e pede-se ação, tem gente que revida na hora: em palavras e não em solução. Foi o que aconteceu com o presidente da Associação Empresarial de Gaspar, a ACIG, Samir Buhatem e o comandante geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Coronel Eliézio Rodriges e que a imprensa gasparense acabou não registrando nas poucas notícias que deu.
Depois daquelas lenga-lengas expositivas, Samir foi direto. Coragem? Nem tanto. Cidadão, apenas. Aliás, parece que ele não está sozinho. Antônio Dalsóquio escreveu uma carta que o jornal “Cruzeiro do Vale” publicou na edição de terça-feira (07.04) e que vai no mesmo tom e direção. Samir disse ao Coronel Eliézio que mais uma vez a Segurança estadual e a Polícia Militar tinham vindo a Gaspar de mãos vazias, fazer política, sem nada de concreto.
O Coronel não gostou. Acusou Samir de ser um técnico e de dedo em riste, isso mesmo em riste, perguntou quem ele era. Podia antes o Coronel ter se assessorado melhor e evitado a resposta pública. Samir disse que era um empresário; que gerava empregos e renda; que representava uma classe que se estabelece em 35% da população do município e que dá emprego e paga pesados tributos – de todas as espécies – para receber respeito das autoridades e segurança do Estado. O Coronel ficou surpreso. Engoliu.
O presidente da ACIG cobrou do Coronel e dos demais da comitiva por exemplo, que já se passaram três anos das promessas, acertos e até hoje não houve a construção da Delegacia de Polícia da Comarca. O município já doou e escriturou o terreno como pediram; a CDL doou o projeto coisa que deveria ser da Polícia, do Estado; só estava agora faltando a boa vontade do Governo para a obra e autorização da Assembleia. Samir também lembrou que no ano passado um projeto de monitoramento com 20 câmeras foi discutido com a comunidade e aprovado, faltando somente a definição do local para se instalar os monitores. E até agora nada. Outra, de que a PM de Gaspar está “sem” veículos mesmo possuindo-os. A maioria deles está retida no Pelotão. Isso mesmo. Pasmem. Há multas por conta das ações emergenciais que os policiais realizaram com os veículos e o Estado, que as aplica, não as regulariza. E dessa forma não podem circular, os próprios veículos da Polícia e do Estado podem ficar presos pelas irregularidades que carregam.
Pelo “diálogo” havido, o Coronel Eliézio não deve conhecer Gaspar direito e os problemas pendentes; ou está mal informado; ou veio mais uma vez para enrolar como fizeram e fazem outros. Mas desta vez teve que ouvir. Na verdade a comunidade está cansada. Paga-se impostos de toda sorte e nada de retorno, só palavras, reuniões e promessas. Inventam-se taxas. “Privatizam” parte da segurança, uma obrigação do Estado, via os chamados Consegs e ainda chamam de técnicos os que ousam tocar nesta ferida?
E parece que depois da reunião este assunto pode ter encaminhamento diferente. Pelo menos no fecho da conversa e das promessas. Ufa! Acorda Gaspar.
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