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    "As obras do Ifet de Gaspar estão atrasadas em mais de nove meses para que nele os jovens possam se qualificar e estudar em 2010"
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    Álvaro de Campos

    Poema em Linha Reta

    Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó principes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

    *Álvaro Campos é um dos heterônimos de poeta e escritor português Fernando Pessoa.

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Paralisação dos servidores em Gaspar

Está confirmada para esta quarta-feira -as merendeiras e professores pediram assim dar condições de se avisar os pais – a paralisação dos servidores municipais de Gaspar. Ela é um protesto à oferta de reajuste nos vencimentos oferecida pelo Município por meio do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. O impasse é gritante e o Município está inflexível. Os servidores estão pedindo 15%. A contraporposta foi de 1,5% além de outros itens econômicos como o Vale Alimentação que sai de algo em torno de R$170, 00 para R$200,00.

O Município alega falta de caixa, baixa na arrecadação, um mundo em crise e as novas despesas que vai ter para as ações extras decorrentes da recuperação da catástrofe ambiental de Novembro. Os servidores estão inconformados. Mostram que só as perdas do período são superiores a seis por cento e ao mesmo tempo acham que a ação é uma jogada política. Para eles, o governo municipal está usando o fator econômico para fazer caixa e no ano que vem, ano de eleições,flexibilizar a negociação para um possível retorno político.

No Executivo gasparense nega-se estratégia. Há inclusive, uma aposta que o caso, quando julgado pela Justiça do Trabalho, teria pelos fundamentos econômicos excepecionais, chances de sucesso. É esperar para ver o desfecho deste impasse do recém instalado novo governo de Gaspar.

A Assembleia de hoje a tarde no Salão São Francisco – um santo que se despojou dos bens materiais – teve momentos tensos. Nela, o Município foi representado pelo chefe de Gabinete de Zuchi, o funcionário público Doraci Vans. Ele que já manobrou pela classe, desta vez, teve que enfrentá-la. Foi vaiado de pé. É do ofício. A outra funcionária vaiada, ausente, foi a vice-prefeita, Mariluci Deschamps Rosa, PT.

Todavia, o momento mais delicado foi quando houve a desconfiança de que a diretora da Defesa Civil, Marinês Testoni Theiss, escondia em sua bolsa um gravador. Esclarecida a questão, ela não escapou das observações críticas dos servidores. É que tramita na Câmara um Projeto de Lei que aumenta os vencimentos deste cargo de confiança em 56%, um implacável contraste para os os 1,5% propostos pelo Município aos servidores.

Diálogo antes da possível paralisação

O prefeito de Gaspar Pedro Celso Zuchi e sua vice Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT orientaram os interlocutores do Município ao novo diálogo com as lideranças dos servidores municipais. Por isto, haverá agora as duas horas da tarde uma reunião entre as partes nas dependências da Prefeitura.

Esta ação visa criar um anti-clima à Assembleia do Sindicado as cinco horas da tarde e que está marcada para o Salão São Francisco para discutir o reajuste nos vencimentos dos servidores. Zuchi foi convencido de que pelo menos precisa transparecer para a cidade de que se oferece ao diálogo e que as restrições são técnica-econômicas. Uma avaliação preliminar, sinalizou que o governo Zuchi-Mariluci estaria sendo intransigente neste assunto. Pior, circula também entre os servidores, de que a inviabilização de um rejuste aos níveis de uma reposição das perdas estaria centrada pela contratação de um número elevado de comissionados.

Egoístas e pequenos. Quando eles mudarão?

A coluna “Olhando a Maré” que publico as terças-feiras no jornal Cruzeiro do Vale, de Gaspar, já está pronta.A semana que passou foi reveladora. E para o que escrevo e comparo, invoco o testemunho dos gasparenses que foram pelos mais diversos interesses na segunda-feira, dia 27 de abril, à posse de Ronaldo Baungarten Júnior na presidência da Acib – Associação Comercial e Industrial de Blumenau. Bem como à despedida de Ricardo Stodieck. Ela foi uma resposta porque Blumenau diverge, mas é grande, é unida na superação. Está acima dos políticos pequenos, dos individualistas de todos os gêneros.

Não olhem pelo prestígio de dois senadores, do governador, três deputados federais, quatro estaduais, prefeito, vereadores e outras 600 pessoas e autoridades, além da mensagem do presidente da República no evento. Invoco como a Acib foi agente de solução apartidária para Blumenau e à região em várias ações citadas e concretizadas, e como a nossa Acig foi a única citada no evento na luta como agente de soluções comuns.

A busca da Ponte do Vale e do Anel de Contorno é uma luta de todos. É uma questão de sobrevivência econômica, desenvolvimento, sustentabilidade do futuro e vital para a nossa qualidade de vida em Gaspar, Blumenau e no Vale do Itajaí.

Quem transforma estas lutas em algo político ou partidário é egoísta, pequeno e realmente não quer a solução. Apenas monta palanques, vomita bravatas e prefere os mal informados para criar vantagens para si e aos pobres apaniguados. A Acib como um ente apartidário, foi o fiel da balança que abriu portas, moderou e gerenciou soluções para a cidade e à região nos âmbitos federal, estadual e municipal. Despartidarizou as lutas, as reivindicações e as conciliações. A Acib, não pensou com Stodieck apenas em Blumenau, mas na região metropolitana. A Acig e o seu presidente, Samir Buhatem, orientados, também pensam e agem assim também. Sozinha, Gaspar não terá as soluções que precisa e reivindica.

Entretanto, não é com essa grandeza que pensa e age a administração de Pedro Celso Zuchi, Mariluci e o PT, em Gaspar. No lançamento da “pedra fundamental” do Cefet (hoje Ifsc), uma mesa cheia de “autoridades” companheira, platéia plantada para aplaudir e discursos políticos e para brincando com algo sério: a educação. Esquecidos, nem convidados foram, os que lutaram por tal escola: a Acib, a Acig e os presidentes Sdodieck e Buhatem. Só falta a senadora Ideli, que participou do evento e da busca da escola com a Acib e a Acig, ter aprovado esta pequenez.

Pedro Celso Zuchi, Mariluci, o PT e sua turma, não é de hoje, que tentam desmoralizar a Acig uma entidade que não conseguiram aparelhá-la com a companheirada como queriam. A veem como um adversário pelo simples fato dela não estar alinhada partidariamente (e nem poderia estar porque isso é proibido pelos estatutos a qualquer bandeira partidária) ou pelo simples fato dela ser feita de empresários (” inimigos” para render votos com os desinformados). Cefet ou esse tal de IFSC; Hospital moderno e reaberto – com a CDL, a Ampe, o Rotary, o Lions e a Imprensa – que o atual prefeito contribuiu para o sucateamento e a tenttiva de aparelhamento político e familiar; o Proe – programas de gestão de estagiários com 600 inscritos que agora a prefeitura tende preferir uma Ong ligada a companheiros do PT de Itajaí; Ponte do Vale, Anel de Contorno numa parceria com a CDL e Ampe; o Porto Seco são algumas bandeiras da Acig. Melhor. São bandeiras de Gaspar com o seu futuro. Deveriam ser bandeiras do Município depois de devidamente discutidas e não apenas da Acig, assim como deveriam ser a da segurança, da integração da cidade à região metropolitana, do transporte coletivo integrado com Blumenau e por ai vai.

Uma entidade sozinha não vai concretizar os sonhos de uma comunidade. Todavia, uma comunidade unida a pontos comuns a outras, será capaz de demover barreiras políticas e partidárias, bem como interesses pessoais, particulares ou pequenos para realizar os sonhos dos cidadãos e das cidadãs. Só assim, construiremos o coletivo. Acorda Gaspar.