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    "As obras do Ifet de Gaspar estão atrasadas em mais de nove meses para que nele os jovens possam se qualificar e estudar em 2010"
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    Álvaro de Campos

    Poema em Linha Reta

    Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó principes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

    *Álvaro Campos é um dos heterônimos de poeta e escritor português Fernando Pessoa.

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Sindicância

Circula em Gaspar o Processo Administrativo Disciplinar 006/2007 e que se originou na portaria 1.146, de 06/06/2007. Ela foi assinada pelo prefeito da época, Adilson Luís Schmitt, quando ele era do PMDB. Hoje está no PSB. Quem provocou? Maurílio Schmitt, sem partido, irmão de Adilson e então secretário de Planejamento e Desenvolvimento. Denunciado: o topógrafo Rodrigo Boing Althoff. Ao fim do longo processo, Rodrigo foi afastado como servidor público municipal. De pouco adiantaram as alegações técnicas; de perseguição funcional e política feitas pela sua defesa. Agora, Rodrigo voltou à cena. Eleito vereador pelo PV com expressiva votação, tornou-se secretário de Planejamento e Desenvolvimento de Gaspar do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Há os que alegam conflito com a legislação própria que orienta o assunto. O certo é que a polêmica está feita e inspira dúvidas. Outra. Rodrigo apesar de estar no PV, defende claramente o adensamento e a verticalização urbana e para isso terá que propor a mudança do recém constituído Plano Diretor. Quem defende a qualidade urbana – e Gaspar não tem um sistema viário para suportar idéia para adensar – está com os cabelos em pé com a intenção e a manobra. Elas têm endereço certo para os que vão ganhar com essas mudanças. Acorda Gaspar.

Plano Diretor

O recém aprovado Plano Diretor de Gaspar está prestes a ser modificado na administração Celso Zuchi, PT. Na administração passada, era um estorvo, motivo de negociações e principalmente de burla, deliberada. Letra morta. As reuniões da nova trama já começaram. Passam por escritórios de interesses, escritórios especializados e gabinetes refrigerados dos que fazem as leis e os que as executam. O assunto poderá render escândalos. Tem gente esperando o momento certo para levar o assunto à Promotoria Pública. Há quem diga que antes, poderia acontecer um tipo de Moeda Verde por aqui. Será? Acorda Gaspar.
Aliás, a Operação Moeda Verde, da Polícia Federal e da Promotoria Pública, expôs a ferida do arranjo ao arrepio da legislação e da sustentabilidade em Florianópolis.
Escaldado, acusado e ameaçado no mandato, o prefeito Dário Berger, PMDB, se reelegeu. E deu o troco. Aproveitando-se de um vácuo legislativo e jurídico durante o período de recesso, conseguiu maioria e aprovou várias medidas na Câmara e que agora estão dando o maior bafafá jurídico, comandado pela família Amim, PP.
A história é longa. Segundo Dário, as leis são protetivas e visam a sustentabilidade do município que governa, incluindo uma moratória para construções numa determinada área da Capital. Não entro no mérito dos meios. Mas, a reação foi grande sobre o fim que se conseguiu. Parece-me que o prefeito contrariou interesses. Os mesmos dos setores de sempre neste assunto. Presentes lá, aqui e acolá.
Algumas declarações de Dário contra as defesas corporativistas e adversários lembram muito as Adilson Schmitt, PSB. Adilson se deu mal. As fez intempestivamente, sem causa, sem orientação (ou mal orientado), as vezes dsconexadas e quase todas de forma pessoal. Dário, pelo menos tem uma causa. E coragem. O resultado? Daqui a dois, ou quatro anos. A conferir.
Perceba a língua afiada de Dário:
Qual é a empresa do Dilvo Tirloni? Se ele quer fazer a reforma da prefeitura, que se candidate a prefeito e vença a eleição. Antes de criticar, ele deve é mandar os empresários pagarem seus impostos. Eu não devo explicações ao presidente Dilvo Tirloni. Ele é um beócio”, disse elesobre o presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis
Outra:
Qual é a empresa do Hélio Bairros? Ele é um boca alugada de um segmento que destruiu esta cidade nos últimos 50 anos”, sobre o presidente do Sinduscon – Sindicato da Construção.