O empresário do ramo imobiliário Carlos Eurico Fontes, o Zuza, gasparense da gema, quis mudar o estatuto da Associação para adaptá-lo ao Novo Código Civil e se reeleger presidente da Associação de Moradores do Gasparinho. Nem uma, nem outra. Foi surpreendido pela mobilização que não fez, o tumulto organizado intencionalmente e por um concorrente surpresa, o Ednei de Souza, secretário de Desenvolvimento Social (assistência social) do governo de Pedro Celso Zuchi e de Mariluci Deschamps Rosa. Resultado: há um vácuo jurídico nesse episódio e isso ainda vai dar muito o que falar.
Em primeiro lugar Zuza parece que desprezou os sinais. Também não leu os sucessivos artigos deste blog e da coluna “Olhando a Maré”, no jornal Cruzeiro do Vale. Várias vezes escrevi sobre uma das orientações operacionais do partido em Gaspar que é o de aparelhar e assim controlar as associações de bairros e as entidades civis públicas. Esta semana, por exemplo tentaram colocar, mais uma vez, uma espécie de cavalo de troia na ACIG – Associação Empresarial de Gaspar -, com uma proposta ingênua e singular, mas eficaz.
Em segundo lugar, Zuza entrou num combate e não se preparou para lutar, ser humilhado, desqualificado, caluniado, ameaçado, constrangido publicamente (as armas mais comum desse pessoal e delas sou alvo todos os dias) e até derrotado. Zuza ousou questionar, como cidadão, uma rua fechada há oito meses (Cecília Joanna Schneider Krauss) ao arrepio da lei, por um muro e feito o muro num acordo político entre compadres; Zuza, como presidente da Associação e no papel que lhe cabe, ainda lançou dúvidas públicas sobre o único negócio que a prefeitura conseguiu fazer até agora depois de um ano, para a relocação dos desabrigados da catástrofe ambiental de Novembro do ano passado, no bairro do Gasparinho (que dizem alguns também gasparenses da gema, ser o terreno no Gaspar Mirim).
O PT não gostou de nada disso (e ainda mais vindo de um gasparense da gema, morador em Gaspar…). A atual administração municipal também não. Todos no paço disseram que haveria o troco. E dos bons. E ele veio mais rápido do que se imaginava. Escalou Ednei. Zuza foi surpreendido.
Quarta-Feira a noite era para ser uma reunião entre poucos e os mesmos da Associação dos Moradores do Gasparinho. E não foi. Foi plural, entretanto não tão democrática assim. A “carninha” foi pouca. O papo tenso. E o pessoal (sempre ausente) desta vez desceu o morro, fez esmagadora maioria, mobilizado pelo seu candidato surpresa Ednei de Souza, PV (por enquanto) e a máquina do PT. Instalou-se a confusão jurídica. Reunião suspensa, mas com edital oficial publicado convocando à Assembleia com finalidades decisórias claras. Zuza tentou encontrar saídas. Foi autoritário e por conta disso pode estar perdendo a presidência da Associação. Ao Zuza resta procurar a Justiça para oferecer os documentos que lhe repassaram sobre a atual administação.
O PT, Zuchi, Mariluci, Mesquita, Rodrigo Schramm, Soly, Vans e Lovídio mata o coelho com no mínimo três pauladas: mostra mais uma vez o recado claro e totalitário com quem ousa enfrentá-los no questionamento público pedindo transparência e diálogo; tiram Zuza do ataque e o deixam na defesa, nervoso, desorganizado ainda mais; e testam Ednei de Souza como o seu queridinho na fidelidade, já que no PV ele está com o dias contados e a sua então “base eleitoral”, a do Bela Vista, agora, contaminada. Inicialmente, o Gasparinho e o Gaspar Mirim deram um bom respaldo a Ednei.
E recordar é viver. Essa do aparelhamento pelo poder (e somente por ele), à mobilização de desinformados ou mal intencionados, à propaganda, o factoide e unicamente feitos pelo objetivo da sobrevivência político partidária, tem pelo menos um exemplo quase acabado em Gaspar. Rodrigo Fontes Schramm (hoje secretário de Turismo, Indústria e Comércio) era o tesoureiro da Acig. Inconformado com a decisão dela de bancar o fechamento do hospital para modernizá-lo (depois de uma manobra em juízo dos próprios médicos para fechá-lo), há mais de dois anos ele foi à rádio Sentinela, contrariar uma decisão democrática de diretoria.
Como um companheiro (e não diretor de uma entidade que luta por resultados apartidários na cidade e que tinha tomado uma decisão por maioria), Rodrigo resolveu chamar os petistas (e outros simpatizantes da causa) para se tornarem membros do Conselho do Hospital e assim com a maioria mobilizada as pressas, conservar o hospital aberto, falido, moribundo, sucateado, dividido, político, mas aparelhado, fonte de empregos, negócios para alguns e até votos para outros. Não deu certo porque houve uma reação organizada da sociedade. Rodrigo saiu da Acig foi parar na Ampe e o hospital vai ser inaugurado, novinho, sem qualquer ajuda desse pessoal, mas que já o rodeiam com planos de ocupação naquilo que não acreditaram e não contribuiram efetivamente para o resultado. Acorda, Gaspar
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