• Arquivos

  • Contagem Regressiva

    "As obras do Ifet de Gaspar estão atrasadas em mais de nove meses para que nele os jovens possam se qualificar e estudar em 2010"
  • Poemeta

    Álvaro de Campos

    Poema em Linha Reta

    Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó principes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

    *Álvaro Campos é um dos heterônimos de poeta e escritor português Fernando Pessoa.

  • Meta

Este Blog foi “Invadido”.Oito Meses de Conteúdo Apagado

Esta manchete é real. Só agora, as 18h de Domingo, dia 12.09.2010 consegui ter acesso ao meu próprio blog. Deixaram-me (restabeleceram a antiga senha), talvez por compaixão e depois que fiz circular um e.mail entre amigos durante o dia, esclarecendo a situação do blog. Mais do que recuperar o material postado até aqui, a preocupação agora é saber quem e por quê se orquestrou e executou este crime. É algo grave contra a liberdade de expressão, à cidadania, à dialética, o estado de direito e à democracia.

Aos que ficaram sem informações durante o dia, as minhas sinceras desculpas. Jamais imaginei que isto pudesse acontecer. Sou analfabeto e neófito no mundo digital. Compartilho com todos o e.mail que fiz circular nacionalmente – se mais uma vez, este material não for surrupiado deste blog. Ele por si só é auto explicativo da minha apreensão e sensação de que estamos permitindo que se ultrapasse alguns limites da lei e da liberdade responsável.

Eu, Herculano Domício, tinha e assinava um blog na Word Press chamado “Olhando a Maré” (www.olhandoamare.com). Ele sempre pretendeu ser plural, todavia com focos claros na transparência e nos desvios do poder. E a minha procupação era a cidade de Gaspar, que a conheço e convivo há mais de 30 anos, hoje casualmente governada pelo PT.

Na madrugada de Sábado para Domingo, dia 12.09, os últimos oito meses de conteúdos, opiniões, versões, comentários dos internautas, fatos e provas, simplesmente sumiram do referido blog. Alguém, esperta e criminosamente conseguiu acessá-lo, achando ou decodificando a senha. E não teve dúvidas sobre a melhor forma de como conter o processo dialético ou evitar o contraditório no estado de direito democrático: apagaram tudo, censuraram, acabaram com o que poderia ser um problema. Além disso, não tenho agora, mais a chance de acessar o meu próprio blog. Nem posso explicar ou pedir desculpa aos meus leitores e leitoras por tal agressão a eles.

Este é o melhor aviso do que está para vir sobre a liberdade de expressão dos cidadãos e das cidadãs. O obscurantismo nos ronda e o grande irmão nos controla na internet e decide quem deve sobreviver e se expressar. É um novo Brasil.

Eu, particularmente tenho uma pista sobre o que determinou esta ação própria das ditaduras ou regimes totalitários.

Em um artigo editado na Sexta-Feira, dia 10, colei no blog um e.mail gerado na prefeitura de Gaspar. Para propagá-lo interna e externamente com propaganda eleitoral e dados falsos (abaixo), foi usada a rede do serviço público municipal, o que é expressamente vedado pela atual legislação eleitoral. O e.mail é do Orçamento Participativo(op@gaspar.sc.gov.br). Mostrei por colagens que a subordinação desta área é direta ao Chefe de Gabinete do prefeito e que o responsável pela conta do e.mail (Mauro José Gubert)é filiado ao PT. E para encerrar e comparar, acrescentei a verdadeira pesquisa da RBS (que era Ibope e não da Mapa), divulgada a noite de Sexta (horas depois do citado e.mail circular).

A pesquisa é bem diferente nos números e nas dúvidas ensejadas pelo citado e.mail. Coisas do aparelhamento e da patrulha ideológica toma conta e se serve da estrutura do poder público para as ações partidárias, com finalidades e conteúdos explicitamente duvidosos. O próprio prefeito está na lista dos que receberam o citado e.mail e não pode ignorar esta ação (prefeitocelso@gaspar.sc.gov.br), além do procurador geral, a vice prefeita que é candidata, secretários, assessoria de imprensa etc. Este assunto gerou um mal estar incomum. E a culpa, mais uma vez recaiu sobre o blog que divulgou o fato com provas. Tornou as provas pública. Então era preciso acabar com elas. E parecem, por desespero, prepotência, por meios tortos e condenáveis, acabaram. No Sábado ainda em outro artigo, escrevi sobre a corrupção endêmica (Amapá, Distrito Federal e Dourados) e aproveitei para colar o texto de Cláudio Weber Abramo (Por fim a corrupção), da Transparência Brasil, além de um outro em que me manifestei superficialmente sobre a pesquisa da RBS, baseando-me unicamente um comentários feitos por mim em Dezembro de 2009 e Agosto de 2010, os quais mostravam os meus acertos.

Alguém deve estar comemorando. A democracia, provavelmente, não. Abaixo o e.mail prova de um possível crime que se quer esconder. E para comparar o conteúdo do e.mail da prefeitura de Gaspar com a pesquisa Ibope divulgada pela RBS: Raimundo Colombo, DEM, saiu de 27 para 34%; Ângela Amim, PP, de 31 foi para 27% e Ideli Salvatti, PT, foco do e.mail, saiu de 16 para 15%, segundo essa mesma pesquisa.

From: op@gaspar.sc.gov.br
To: adriane_canan@hotmail.com; gpbiologo@gmail.com; agricultura@gaspar.sc.gov.br; daniela.souza@gaspar.sc.gov.br; alceutorres@gaspar.sc.gov.br; amigoxan@bol.com.br; aleblumenau@ig.com.br; juventude@gaspar.sc.gov.br; acdalsochio@yahoo.com.br; vanessa@argusvideo.com.br; arno_schmitt@hotmail.com; imprensa.samae@gaspar.sc.gov.br; ssgasparalto@hotmail.com; barabarabmb@hotmail.com; imprensa@gaspar.sc.gov.br; comunicacao@gaspar.sc.gov.br; bruna@gaspar.sc.gov.br; alexandre.campos@jprcomputadores.com.br; celia@gaspar.sc.gov.br; celso.kistner@bungue.com; COMPANHEIR@S; daltonisrael@hotmail.com; dalvafriolin@terra.com.br; cultura@gaspar.sc.gov.br; polegarkids@yahoo.com.br; pedagogico@gaspar.sc.gov.br; dalton@dkirosnet.com.br; doraci@gaspar.sc.gov.br; douglas.zimmermann@hotmail.com; sec.social@gaspar.sc.gov.br; educacao.infantil@gaspar.sc.gov.br; eja@gaspar.sc.gov.br; elciocar@terra.com.br; eliane.halves@ig.com.br; diretorditran@gaspar.sc.gov.br; engrenato@terra.com.br; caroline@escalametra.com.br; esporte@gaspar.sc.gov.br; evandro@gaspar.sc.gov.br; fernanda@gaspar.sc.gov.br; firegrafica@brturbo.com.br; fiscais@gaspar.sc.gov.br; fotomary@terra.com.br; saude@gaspar.sc.gov.br; gabinete@gaspar.sc.gov.br; graciely.guesser@gmail.com; imprensa@ilhota.sc.gov.br; irodete.samae@gaspar.sc.gov.br; concrebruns@yahoo.com.br; jaisonknop@hotmail.com; jeanml@pop.com.br; jeangrim@hotmail.com; obras@gaspar.sc.gov.br; jorgeluiz_oliveira@yahoo.com.br; granai@granai.com; joyce@gaspar.sc.gov.br; jp@multitasknet.com.br; assessoriaconselhos@gaspar.sc.gov.br; katialimaop@gmail.com; leonir10@ibest.com.br; diretorsamusa@gaspar.sc.gov.br; luiz@ideli.com.br; lfotos85@hotmail.com; MBurlamaqui@anatel.gov.br; maranatatextil@brturbo.com.br; m.salete.schmitt@terra.com.br; mariluci@gaspar.sc.gov.br; defesacivil@!gaspar.sc.gov.br; mesquita@gaspar.sc.gov.br; maregypcia@yahoo.com.br; mkojima@prsc.mpf.gov.br; mauro.gubert@bol.com.br; meribiz@ibest.com.br; muriquifinanceiro@terra.com.br; neivaldo@gaspar.sc.gov.br; niviafeller@hotmail.com; op@gaspar.sc.gov.br; op@concordia.sc.gov.br; osvaldoberti05@gmail.com; prefeitocelso@gaspar.sc.gov.br; prefeitopixe@hotmail.com; gaspar@gaspar.sc.gov.br; ptgaspar@terra.com.br; sonoeconforto@brturbo.com.br; scheila.lana@gaspar.sc.gov.br; esteba_30@hotmail.com; slkeller@hotmaim.com; silva@gaspar.sc.gov.br; silvana-07@hotmail.com; legal@servicecontabilidade.com.br; soly@gaspar.sc.gov.br; soniafbertoldi@hotmail.com; stefam@gaspar.sc.gov.br; stefan@gaspar.sc.gov.br; superint.saude@gaspar.sc.gov.br; valdiria@gaspar.sc.gov.br; valeria.rohr@gmail.com; aema@gaspar.sc.gov.br; wanderlei@rkam.com.br; warderlei@rkam.com.br
Subject: pesquisa SC
Date: Fri, 10 Sep 2010 08:18:29 -0300

PESQUISA MAPA NÃO PUBLICADA MOSTRA IDELI EM SEGUNDO

Uma pesquisa do Instituto Mapa deveria ter sido publicada no dia 7 de setembro. Mas sua divulgação foi suspensa sem a devida explicação de quem a contratou, o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscom). Os números seriam divulgados pela RBS. Mas não foram. Por que? A explicação pode estar nos números, que ainda ontem circularam extraoficialmente na internet. E por nesses novos dados, Ideli já assume o segundo lugar! Veja:

Raimundo Colombo: 33%

Ideli Salvatti: 23%

Angela Amin: 22%

Chegou a hora da virada!

Divulgue essa informação para o maior número de pessoas possível.

A onda Dilma vai levar o time do Lula à vitória!

É Dilma lá e Ideli aqui!

Até aqui foi o meu e.mail. Para este post emergencial neste dia assustador (ontem foi 11 de Setembro, que celebrou o dia em que se conheceu o poder da ação terrorista), hoje a tarde, no blog do Moacir Pereira, Diário Catarinense, encontrei esta nota que me parece estar dentro de contextos sintomáticos. Eu a publico para a reflexão de todos.

PT de SC tentou proibir divulgação de pequisa do Ibope
12 de setembro de 2010 | Categorias: 1

O juiz Júlio Guilherme Schattschneider,do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, indeferiu pedido da coligação “A favor de Santa Catarina”, da senadora Ideli Salvati, que pretendia impedir a divulgação da terceira etapa da pesquisa Ibope.
O magistrado alega que não há o menor indício de fraude e refuta o argumento usado no pedido dos petistas e aliados de falhas na metodologia usada pelo Ibope. Textual: “Pelo que se verifica das alegações que constam da inicial, não há qualquer alegação de fraude. Ocorreu, na realidade, a mera impugnação do método a ser utilizado. E as alegações se baseiam, a meu ver, em critérios absolutamente subjetivos”.
O requerimento foi apresentado ao TRE de Santa Catarina antes da veiculação dos dados. A decisão do magistrado é de 10 de setembro.

Prefeito de Gaspar Diz Que Tudo Será Igual em 2010

A boa e exclusiva entrevista que o jornal Cruzeiro do Vale publica hoje, Sexta-Feira, com o prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi, PT, (que interrompeu as suas férias por alguns minutos) é reveladora: tudo será igual a 2009. Será? Ao editor Gilberto Schmitt e à repórter Fernanda Pereira, o prefeito que estava acompanhado do seu chefe de gabinete Doraci Vans, da vice Mariluci Deschamps Rosa, PT, e da responsável pela área de comunicação do município, Elizabeth Thomé, teve dois momentos ímpares: “ufa! Terminou? Pensei que seria mais pesado!”, disse ele aliviado ao findar os questionamentos. Um fechamento de ouro para um começo ordinário:”vai ser publicado o que eu disser?” perguntou aos jornalistas que gravavam toda a conversa. E é por ai que também começo este meu comentário.

O jornal Cruzeiro do Vale é marcado por seu profissionalismo e isenção. Celso, a vice Mariluci e sua turma já se utilizaram dessa marca Cruzeiro do Vale para pinçar informações e comentários (com credibilidade e isenção, é lógico), e deles fazer campanha e palanque por ai (porque talvez lhes faltassem). Agora, o rotulam como de oposição pelo simples fato dele não ser um chapa branca como queriam (ou porque não suportam a dialética ou a observação isenta).

O que o prefeito e sua turma querem dizer quando afirmam: “vai ser publicado o que eu disser?”. Será que eles seriam capazes de fazer isto se tivessem em suas mãos um veículo de comunicação? Com a palavra a sua assessora de comunicação cujos “press releases” já foram desmontados por este blog devido a este viés de dúvida ou de propaganda oficial.

Não confundam propaganda, amizade e puxa-saquismo com jornalismo, investigação, isenção, opinião, profissionalismo, responsabilidade social e comunitária. O primeiro está relacionado ao jogo do poder e o segundo, ao compromisso da informação de qualidade com os leitores e leitoras. Só isso. É uma conquista de duas décadas. Nada foi montado para dar legitimidade a um partido, a um poder de plantão. Tudo foi construído com muita dificuldade. O jornal, o portal e os colunistas não são adversários como querem fazer crer o PT de Gaspar e seus agentes que constragem, mas por observadores reais e informados da cena local. Eles refletem apenas os acontecimentos. E quem faz acontecer é a sociedade e suas lideranças (e políticos) nas suas ações e omissões.

E por que um jornal e um portal livres, feitos e reconhecidos na credibilidade, líderes na circulação e audiência, não entrevistaria o prefeito da sua cidade? É para esta autoridade, que deve ser respeitada como tal, que convergem as decisões da política e administrativas da cidade. E entrevistando-o, seria o jornal criminoso em modificá-la para perder justamente o que mais lhe é caro, ou seja a confiança dos seus leitores e leitoras? Acorda, prefeito. O senhor está mal orientado, ou está se baseando em práticas que deveriam ser abolidas inclusive do seu imaginário (e dos da sua equipe, principalmente). Gaspar evoluiu. É preciso compreender e lidar com esta evolução.

Não sou eu que vou “empanar” o “brilho” do prefeito na sua entrevista, a qual pode ser lida na íntegra no portal http://www.cruzeirodovale.com.br, mas é de se perguntar: é sério que nada vai mudar em 2010? E eu me arriscaria dizer que se não mudar, as circunstâncias se encarregarão disso. Qualquer pesquisa mostra que é preciso retomar o espaço que se perdeu em 2009 sob a desculpa da catástrofe ambiental de Novembro de 2008 e da crise financeira (que para o PT foi uma marolina). O ano de 2010 é eleitoral, e ai… Qual será a desculpa desta vez?

Eis algumas pérolas da entrevista. O prefeito Pedro Celso Zuchi é o técnico do time. Tem autonomia pois foi eleito pela maioria para isso. O time que ele escolheu está jogando mal e ele diz que não o mudará, ao contrário, quer contratar em ano eleitoral mais assessores comissionados (cujo novo Projeto de Lei já está pronto). Só posso pensar que como técnico, Zuchi está escondendo o jogo (como muitos o fazem), inclusive no que tange ao desarranjo que ele e sua equipe arrumaram com o PV de Gaspar que queriam manipular como se fantoches fossem.

Sobre o problema do Tribunal de Contas, ou ele não sabe do que se está falando (ou sabe e está enrolando) ou precisa urgentemente de alguém que entenda do assunto para assessorá-lo melhor. Se continuar nessa batida, vai se complicar. E feio. A mesma coisa no que tange a compra de votos. Há uma ameaça real. Do que ele quer dizer “que não foi notificado até agora”? Da Ação propriamente dita? Pode ser, até porque a Notícia Crime que gerou a Denúncia, está na fase de Inquérito. E no Inquérito ele é parte e deveria ser ouvido.

Então eu não entendi. O prefeito Pedro Celso Zuchi falou que não foi ouvido pela Polícia Federal neste Inquérito quando ele diz que não foi notificado? Foi privilegiado? Seria possível? A razão lhe assiste parcialmente, todavia, pois tudo está na fase de inquérito e pode dar em nada se a promotoria e o juiz assim decidiram nos próximos dias como escrevi neste blog “Denúncia de compra de votos ‘incomoda’ em Gaspar”, no dia 7 de Janeiro. Resumindo, não seria mais fácil tratar este assunto de forma clara e honesta (mesmo ele sendo uma revanche de adversários políticos como alega e pode ser)?

É por estas e outras que os governantes se enrolam aos olhos dos cidadãos e cidadãs. Defendem verdades que constroem mas que não se sustentam no imaginário popular. E ficam irados quando na imprensa, alguém com imparcialidade, esclarece, noticia… O ano de 2010 já começou e começou com a falta de água, o lixo acumulado, um concurso de ACT todo atrapalhado, o Car – Centro de Atendimento de Risco – fechando, uma sinaleira funcionando mas montada por quem não ganhou a licitação, uma rua fechada ao público e que nào se abre, o dinheiro prometido em palanque para o hospital atrasado e engavetado na prefeitura, os desabrigados da catástrofe ambiental sem casas, o Festinver sem prestação de contas, obras clandestinas e irregulares, sendo regularizadas…

Indecisão e Falta de Liderança Abalam o PT de Gaspar

Festas. Férias (menos para este blog). Dias de descanso. Dias de reflexão. Tempos também de encontros propositais e casuais. E um dos casuais que tive há poucas horas foi com um petista de carteirinha, gasparense e decepcionado. Rasgou o verbo. Confirmou aquilo que muitos das minhas leitoras e leitores já foram informados aqui neste espaço ( e eles tentaram dissimular ou negar em outros espaços). Deu novas dicas, novas pistas. Mas, mais uma vez, pediu-me para que não o identificasse se eu “usasse” alguma informação (que por isso implicitamente as autorizou) da conversa, digamos assim, “despretensiosa” que tivemos.

Ele é a personagem “Z” dos meus comentários postados aqui em “Um e.mail especial”, em 17.10.09 e “Uma carta anônima sobre o ‘um e.mail especial'”, em 25.10.09, a qual confirmei, agora, à autoria, olhando em seus olhos. Alerto: uma rápida leitura nestes artigos mencionados, facilitará em muito à compreensão deste post.

Vamos recompor a conversa, ou seja, uma exposição, uma confissão amarga, pontuada de desilusões, antes de ser um diálogo. Reveladora. Então ela está fragmenta por partes para melhor compreensão.

1. Como eu desconfiava e já escrevi aqui várias vezes, a própria personagem “Z” é enfático: falta um plano claro e estruturado de governo para se atingir os objetivos. Então quais são esses objetivos, perguntei? Governar para os mais humildes. Ser ajudado pelo Lula e a Ideli. Evitar principalmente qualquer surgimento de Oposição séria, organizada, nomes viáveis… Projetar a ex-vereadora e atual vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa para substituir o atual prefeito Pedro Celso Zuchi e ter assim, uma alternativa forte como o Rampelotti (José Amarildo, o vereador).

2. Como assim?, retruquei. Pensei que o objetivo de um governo era o de governar para todos, cumprir o que se prometeu e com os resultados alavancar sucessores, como faz o presidente de honra do PT e presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para a ministra Dilma Rousseff?, argumentei.

3. Meio sem graça e temendo ser a minha dúvida gerencial e estratégica uma reprovação, a personagem “Z”, por um instante hesitou em prosseguir na sua análise. Todavia, recomeçou e completou. Zuchi não quer ser mais prefeito, não irá à reeleição. Isto é pacífico entre nós. E o “núcleo de inteligência”, do qual ele não consegue se libertar, já escolheu a Mariluci para ser a próxima candidata no lugar dele. Por isso ela está em todas, substituindo-o. Vão fazer dela candidata a deputada estadual para testá-la e expô-la. Querem criar musculatura e evitar o surgimento de nomes na Oposição que até então estava toda dominada, enfraquecida.

4. Como assim?, insisti na curiosidade. Tem um grupinho dentro do partido que gerencia o “poder” municipal. Acha-se. Ah, é? Quem é? Como é isso? É o Doraci (Vans e Chefe de Gabinete) que nem é daqui, é de Brusque; o Bertoldi (Lovídio Carlos, ainda presidente do partido e presidente do Samae que estufa o peito e diz que foi o responsável pela vitória do Zuchi); o Rodrigo (Fontes Schramm e secretário de Turismo, Indústria e Comércio, o nosso grande problema, mas que todos têm medo, ele vive 24 horas para o partido e à prefeitura, maquinando, vingando-se); o Mesquita (Mário Wilson da Cruz, procurador geral do Município, cheio de “mágicas” jurídicas, que se orgulha da influência no nosso Fórum, mas que está nos deixando vulneráveis sob todos os aspectos e a coisa está apertando no Tribunal de Justiça e de Contas); e o Dalsóchio (o vereador Antônio Carlos, cunhado do prefeito, o pombo correio, o pau para toda a obra). Eles mandam e desmandam, inclusive, no Zuchi. Eles são o partido. Acham que são o máximo. E por isso, quase tudo tem dado errado. Às vezes a coisa extremesse nesse “núcleo”. Acusam um ao outro. Principalmente depois deles ler o seu blog ou sua coluna desmascarando alguma coisa. Mas, tudo volta ao normal em pouco tempo, em poucas horas, ou minutos. Eles se unem para buscar outros culpados ou quem lhe passou a informação e assim se salvarem nesse reinado de mentirinha. Eu estou com medo de que vamos todos cair numa cilada sem volta.

5. Como assim? E o Soly (Waltrick Antunes Filho, secretário de Planejamento), a Julita (Schramm presidenta eleita do partido), o Melato (José Hilário, PP, ex-presidente da Câmara, o rolo compressor do Executivo no Legislativo) aproveitei a deixa e lhe perguntei com ares de surpresa (e curiosidade). O Soly é o homem de confiança do Zuchi. É amigo. Faz o que o prefeito quer. Não tem ideias. É uma vergonha. O grupo finge que o aceita mas, o enrola. Teme que ele possa “esclarecer” o Zuchi em algumas coisas. A dona Liliane (esposa do prefeito) é muito influente nas decisões e o grupo que não é bobo não, e por influência do Rodrigo, a tem “ouvido” muito (foi assim no primeiro governo de Zuchi); a Julita está sendo ouvida; do Melato eles têm medo e temem a disputa dele com a queridinha deles que é a Mariluci. Estão cozinhando, vão negociar, mas sabem que com ele a coisa é mais difícil para controlar. Sempre leva vantagens. No grupo está também tem outros petistas como o Élcio (Carlos de Oliveira, ex-secretário da Agricultura). O grupo também está incomodado com as influências de gente como Ivo (Carlos Duarte, empresário) junto ao prefeito, outros empresários que nunca foram PT e que você sabe bem quem são, mas o grupo teme que qualquer corte pode enfraquecer o apoio de Zuchi perante esse pessoal que já elegeu o Adilson; eles também estão chateados com alguns secretários que não têm nada a ver e nunca tiveram a ver com o PT de Gaspar. Engolem pela frente e os boicotam por trás. Um teatro incrível.

6. Mas, porque Mariluci? Porque eles acham que ela pode ser totalmente manipulada por eles. Vai ser grata. Só isso. E assim, o grupo continuará lá, firme e forte, mas dando mancadas a torto e a direito como faz hoje. É um projeto deles para salvar os seus próprios empregos, o poder e a influência. Na verdade, neste jogo, para mim, eles estão comprometendo o nosso projeto, os resultados que sonhamos e a imagem do PT de Gaspar. Eles estão cegos, na minha opinião. Em toda reunião, os culpados pelos erros são o senhor, a coluna do senhor, o blog do senhor, o jornal do Gilberto (Cruzeiro do Vale, de Gilberto Schmitt) e a coluna do Gilberto (Chumbo). Em todas as reuniões eles discutem um jeito de acabar com o repasse das informações para o senhor e o jornal. O senhor as vezes exagera e na minha opinião até erra. Entretanto, na maioria dos casos, eu sou testemunha, acerta na veia. Choca. Deixa eles frustados, desorientados e estado colérico. E eles não falam em tomar um outro rumo. Eles não discutem o erro. Parecem reis antigos. Mesmo nús à luz das verdades cruas e doloridas, preferem decretar a morte dos súditos que os exergam nús. É incrível.

7. Como assim? Dizem sempre que vai estourar uma bomba contra vocês. em outras oportunidades dizem que vocês não têm importância. E vocês (o Gilberto, o jornal, o blog e eu) cada vez ganham mais importância na comunidade, ganham credibilidade. E quem dá essa credibilidade? Nós do PT de Gaspar, esse grupo de vaidosos e o próprio prefeito. Só eles é que não percebem isso. Na prefeitura há até uma “censura” sobre o seu blog. Mas, todos o acessam duas ou três vezes por dia. E disfarçam, chamam ele não de “Olhando a Maré”, mas a “onda do mar”, ou simplesmente, “a onda”. Você viu “a onda” hoje? Você já olhou como está “o mar”? Eles (o grupo do poder) ficam doidos. Então ficam atrás dos que estão “passando” informações. Dizem que tem provas, ameaçam, demitem, remanejam. E tudo continua na mesma. E eles ficam mais doidos ainda. E eu triste com o meu PT e o nosso projeto de uma Gaspar melhor. Vamos ainda eleger um Adilson (Luiz Schmitt, PSB, ex-prefeito) da vida; um ultrapassado Paca (Oswaldo Schneider, ex-prefeito e atual presidente do PMDB); um traíra como o Althoff (Rodrigo Boeing, vereador, ex-secretário de Planejamento e atual presidente do PV, que estava na base aliada que elegeu Zuchi e Mariluci e saiu dela, recentemente num affair que expôs o PT de Gaspar e a sua incapacidade de dialogar e de gerenciar crises políticas); ou ainda um esperto e sedento de poder como o Melato (o vereador José Hilário).

8. Um projeto para uma Gaspar melhor? Cite-me um exemplo. Olha o PT de Gaspar que eu sonhei não é o que está ai. É um PT e uma administração muito parecida com a do Eccel (Paulo Roberto, ex-procurador de Gaspar na gestão de Zuchi e Albertina Deschamps, ex-deputado estadual e hoje prefeito de Brusque). Moderna, inovadora na gestão, atuante e com uma equipe qualificada, motivada e afinada. Lá ele é líder de fato. Está acontecendo. Lá ele diminuiu os cargos de confiança. Aqui nós estamos aumentamos eles (leia PT de Brusque propõe mudanças estruturais e de gestão”, postada no dia 20.08.09). Lá há prioridades, planos, convênios, especialistas na busca de verbas federais e estaduais. Lá há diálogo (menos com o Ciro Rosa, DEM e ex-PDT, e seu pessoal) Lá há mudanças. Lá as coisas começam a dar certo. Lá o prefeito é percebido, é jovem, articulado, aberto com a imprensa, com as criticas, conhece, não precisa da senador como bengala para ser seu porta-voz, desmonta as igrejinhas, é reconhecido. Aqui… (interrompe bruscamente com ares de desânimo).

9. Aproveito a deixa e lasco: e por que isso? Falta liderança, falta vontade, faltam pessoas. O Doraci era o chefe de gabinete do Eccel na Assembleia. E ele o descartou. O Doraci é do PT de Brusque, mas veio parar aqui. E virou o todo poderoso. Nada contra. Venderam uma coisa e entregou-se outra. As falhas estão no gabinete e na área Jurídica. Na época do Eccel a vigilância da oposição era maior e mais organizada, entretanto não aconteciam os desastres que hoje acontecem e nos fragilizam. Com tudo o que está acontecendo, acho que Brusque ficou com o melhor e nos deu o pior. Provo: quais foram as grandes mudanças por aqui?. Tudo varejinho. tudo feito meio no segredo. Coisas que mais parecem a escolinha do Professor Raimundo (numa alegoria ao professor Doraci). É muita briguinha, é muito nheco-nheco, é muita fofoca, é muita desorganização, é muita reuniãozinha, o PT de Gaspar está perdido, tem donos e donos que pensam pequeno, que não tem relações com o poder em Santa Catarina e principalmente em Brasília, que ficam fazendo jogadas de quinta categoria como essa do hospital, da drenagem do Santa Terezinha, do isolamento do Belchior, do abandono do Bela Vista, dando mancada como a compra dos terrenos para os desabrigados e daquele outro terreno do Poço Grande, que se enrola nas licitações, nos pregões, que documentam os erros, que não cuidam das contas e deixam o Tribunal passar pitos em público ao prefeito, que arma uma CPI com documentos falsos, que fecha rua para atender amigos ricos, que nomeia gente aqui para trabalhar em Blumenau e atender um deputado do partido, que regulariza obras irregulares dos próprios pares, que faz concurso e não nomeia os aprovados mas quer que a Câmara crie novos cargos comissionados para os apaniguados, que deixa os servidores à mingua no reajuste enquanto esbanja gastos em outros quesitos menores, que anula multa dos amigos apoiadores de campanha…

10. Ufa! E tem jeito? Tem.Tudo tem jeito. Basta o prefeito querer por ordem na casa. Primeiro, para não ir longe, pois Zuchi vai todos os dias estudar lá, ele deveria ir a Brusque, falar com o seu Paulo Eccel. Receber uns conselhos, ter umas aulinhas. Eccel é um conhecido seu. O ajudou muito. E dele receber orientações inspiradoras. Segundo, recomeçar o seu governo. Eles querem mudar alguma coisa agora em Janeiro e Fevereiro. Querem fazer uma meia-sola. E quem está fazendo esta meia sola? É o Doraci, o Rodrigo e o Lovídio. Está tudo errado. O Doraci, por exemplo, devia ser devolvido para Brusque. Devia se fazer um governo técnico com gente inclusive de fora, ou então, um político, só com gente daqui, mas contemplando todas as alas do partido e retirando os sanguessugas que temos lá, inclusive esse pessoal dos verdes ou que nem a partido nenhum é filiado, mas que fica incomodando ou manchando o PT e o governo do Zuchi. Terceiro, trabalhar sério para eleger o próximo prefeito, pois do jeito como as coisas estão e vão, vamos perder mais uma vez a oportunidade como já perdemos em 2004.

11. Leitoras e leitores. Foi uma conversa calma, elucidativa em alguns aspectos. Num determinado instante “Z” quis saber se eu tinha muitos documentos comprometedores da atual administração. Disfarcei. Eles temem muito isto, revelou-me. Às vezes duvidam, em outras se preocupam muito. Ora, se estão preocupados com este detalhe é porque alguma coisa de errada tem e eu estou no caminho certo, penso. E a personagem emenda: eu também os tenho, todos nós lá temos, isto é que é uma bomba que Zuchi nem sabe qual é o tamanho do estrago que fará quando estourar. E esse grupo (o do poder) por causa disso, já começou a caça as bruxas. Foi ai que insisti: como assim? Mas, o assunto não se desenvolveu e eu não forcei.

12. A personagem “Z” revelou-me que o vereador José Amarildo Rampelotti, PT, com imunidade parlamentar, mais articulado, foi escalado para da Tribuna da Câmara me desmoralizar e ridicularizar ou desacreditar o Jornal Cruzeiro do Vale. E fez várias tentativas. E o feitiço virou com o feiticeiro. Não se tornou manchetes da mídia local como se queria. Ao contrário. Aguçou ainda mais a curiosidade para algo então restrito a poucos, alavancou à audiência do blog, da coluna e solidificou a credibilidade do jornal como independente, a favor de uma cidade plural, desenvolvida e livre das dúvidas ou maracutaias.

13. Com cuidados para não ser flagrado por um companheiro na “traição” do encontro com um inimigo declarado, a personagem Z e eu nos despedimos, sob chuva, num mormaço desconfortável, como o que se sente a personagem em relação ao governo do seu partido em Gaspar. Não lhe dão ouvidos. Há um grupo impenetrável. Perguntou se eu usaria alguma informação? Sinalizei positivamente, ressalvando que nada era novidade para este blogueiro e nem para as minhas leitoras e leitores. Finalmente, desejamos um 2010 melhor para Gaspar. Trocamos um aperto de mão. Houve promessas mútuas de sucesso e dele pude ouvir ainda se tiver alguma novidade eu lhe repasso… Ele se foi. Eu fiquei. Pedi uma caneta emprestada e uma folha de papel. Isolado, livre dos olhares indiscretos, anotei as principais partes da conversa para não ser traído pela falta de memória. Aqui está a reprodução de uma pequena parte e que compartilho com todos vocês.

PT Estuda Como “Controlar” o Vereador Rodrigo do PV

O editor do jornal Cruzeiro do Vale e autor da coluna “Chumbo”, Gilberto Schmitt, parece-se que foi na veia nos seus comentários na edição de hoje, Sexta-Feira. O PT de Gaspar esticou a corda para sentir a sua elasticidade na coligação com o PV e se deu mal, calculou mal. Resultado: ela arrebentou e deixou, mais uma vez e por pouca coisa, a administração Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa exposta e aparentemente frágil.

Gilberto também aventa a possibilidade de que tudo foi, armado, feito de caso pensado para se livrar dos “Verdes”. Ou seja, sem coragem de romper na cara limpa, produziram desgastes, sucessivos; arrumaram culpados, alimentaram fofocas, divisões e conduziram ao desfecho dado ontem Quinta-Feira. Se foi isso, é inválida a nota que os petistas do governo colocaram no próprio site oficial do município. Ou ela mostra, mais uma vez, como agem e fazem encenações. Repito-a a seguir para a reflexão dos meus leitores e leitoras.

Data: 10/12/2009
Comunicado
O Presidente do Partido Verde, vereador Rodrigo Boeing Althof divulgou em Nota Oficial na data de hoje (10) que o Partido Verde se desliga da base de governo de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa.

A Nota Oficial vem assinada por Rodrigo Althof e pela secretária de Organização Shirley Becher. Até o início da tarde desta quinta-feira (10) a decisão não passou pelo conhecimento de membros do PV que integram o governo de Celso Zuchi, portanto ainda não há nenhuma definição de mudanças nos cargos comissionados na administração municipal.

O governo de Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, assim como o Partido dos Trabalhadores (PT), não rompeu com o Partido Verde, sendo essa iniciativa proveniente da Executiva Municipal do Partido Verde.

Então? Agora todos os filiados do PV já sabem da notícia oficialmente pelo PV e pela própria prefeitura. E o PT e a administração Zuchi e Mariluci ficaram com a responsabilidade de agir ou reagir. E tarde.

Eu soube que o prefeito desdenhava qualquer possibilidade de encontro com o PV representado por seu presidente, o vereador Rodrigo Boeing Althoff. Ao menos era isso que informavam Lovídio Carlos Bertoldi, presidente do PT e o Doraci Vans, chefe de Gabinete do prefeito, aos interlocutores do PV. Nem mesmo os ofícios protocolados foram considerados. Resumindo: Zuchi não estava nem ai. Agora, está preocupado com o quadro e a repercussão. Se isto é verdadeiro, por que alimentou esta indiferença durante tanto tempo? Um político verdadeiro, negocia sempre com quem ele diz serem seus aliados.

A bomba, mesmo que ela estivesse sido arquitetada pelo PT, deixa a administração municipal num emaranhado de obrigações políticas para se recompor. Vai permitir que os Verdes dissidentes e empregados na prefeitura se tornem agora novos petistas só para eles se manterem no cargos? Então como ficam os verdadeiros companheiros de carteirinha que estão na fila para os cargos se oficialmente o PV saiu do governo e entregou os cargos? O mal estar é grande. As especulações também.

O PT já tinha (ou tem) até nomes para a secretaria da Agricultura (hoje ainda ocupada pelo suplente de vereador Alfonso Bernardo Hostert). E Alfonso se sai do PV, como vai ficar a sua primeira suplência pelo PV. E para a secretaria de Desenvolvimento Social o PT também tinha outro nome para o lugar de Ednei de Souza (que aliás, nem filiado ao PV é, pois há um impedimento legal).

O PV falso, que não manda, que quer permanecer no governo de Zuchi por empregos, e que se auto-denomina de PV do bem, já tinha até um bem armado plano para ingressar em outro partido, só para ficar nos cargos na prefeitura. Numa das reuniões com o presidente do PT, Lovídio Carlos Bertoldi, os Verdes “do bem” receberam uma dica que os deixaram intranquilos. “Vocês precisam ter um partido. Os cargos de confiança são do partido e o partido tem que estar na nossa base”.

E a turma saiu atrás de uma solução. E a encontrou (fato que por si só mostra claramente estarem atrás apenas de emprego e salários). Um representante do grupo chegou até conversar com o recém criado PSC. Ofereceu 30 novas filiações e participação no governo de Zuchi e Mariluci. Voltou com a “novidade” ao PT e ao paço. Foi abortada: afinal quem era o PSC e que força política ele tinha?

O PT continua com o problema e em “reunião” celular permanente. Está preocupado exatamente não com a manutenção dos cargos para os ex-Verdes (de raiva), mas com a ação do vereador Rodrigo Boeing Althoff, seus planos e os acessos de qualidade que ele têm a assuntos dentro da administração do PT. Esta sim, é a bomba que avaliam e acham que tem que controlá-la, ou seja, arquitetam como encurralá-lo, como amedrontá-lo, como calá-lo. Agora, é esperar e se certificar. Acorda, Gaspar

Surpreendido, Zuza Pode Estar Perdendo o Gasparinho

O empresário do ramo imobiliário Carlos Eurico Fontes, o Zuza, gasparense da gema, quis mudar o estatuto da Associação para adaptá-lo ao Novo Código Civil e se reeleger presidente da Associação de Moradores do Gasparinho. Nem uma, nem outra. Foi surpreendido pela mobilização que não fez, o tumulto organizado intencionalmente e por um concorrente surpresa, o Ednei de Souza, secretário de Desenvolvimento Social (assistência social) do governo de Pedro Celso Zuchi e de Mariluci Deschamps Rosa. Resultado: há um vácuo jurídico nesse episódio e isso ainda vai dar muito o que falar.

Em primeiro lugar Zuza parece que desprezou os sinais. Também não leu os sucessivos artigos deste blog e da coluna “Olhando a Maré”, no jornal Cruzeiro do Vale. Várias vezes escrevi sobre uma das orientações operacionais do partido em Gaspar que é o de aparelhar e assim controlar as associações de bairros e as entidades civis públicas. Esta semana, por exemplo tentaram colocar, mais uma vez, uma espécie de cavalo de troia na ACIG – Associação Empresarial de Gaspar -, com uma proposta ingênua e singular, mas eficaz.

Em segundo lugar, Zuza entrou num combate e não se preparou para lutar, ser humilhado, desqualificado, caluniado, ameaçado, constrangido publicamente (as armas mais comum desse pessoal e delas sou alvo todos os dias) e até derrotado. Zuza ousou questionar, como cidadão, uma rua fechada há oito meses (Cecília Joanna Schneider Krauss) ao arrepio da lei, por um muro e feito o muro num acordo político entre compadres; Zuza, como presidente da Associação e no papel que lhe cabe, ainda lançou dúvidas públicas sobre o único negócio que a prefeitura conseguiu fazer até agora depois de um ano, para a relocação dos desabrigados da catástrofe ambiental de Novembro do ano passado, no bairro do Gasparinho (que dizem alguns também gasparenses da gema, ser o terreno no Gaspar Mirim).

O PT não gostou de nada disso (e ainda mais vindo de um gasparense da gema, morador em Gaspar…). A atual administração municipal também não. Todos no paço disseram que haveria o troco. E dos bons. E ele veio mais rápido do que se imaginava. Escalou Ednei. Zuza foi surpreendido.

Quarta-Feira a noite era para ser uma reunião entre poucos e os mesmos da Associação dos Moradores do Gasparinho. E não foi. Foi plural, entretanto não tão democrática assim. A “carninha” foi pouca. O papo tenso. E o pessoal (sempre ausente) desta vez desceu o morro, fez esmagadora maioria, mobilizado pelo seu candidato surpresa Ednei de Souza, PV (por enquanto) e a máquina do PT. Instalou-se a confusão jurídica. Reunião suspensa, mas com edital oficial publicado convocando à Assembleia com finalidades decisórias claras. Zuza tentou encontrar saídas. Foi autoritário e por conta disso pode estar perdendo a presidência da Associação. Ao Zuza resta procurar a Justiça para oferecer os documentos que lhe repassaram sobre a atual administação.

O PT, Zuchi, Mariluci, Mesquita, Rodrigo Schramm, Soly, Vans e Lovídio mata o coelho com no mínimo três pauladas: mostra mais uma vez o recado claro e totalitário com quem ousa enfrentá-los no questionamento público pedindo transparência e diálogo; tiram Zuza do ataque e o deixam na defesa, nervoso, desorganizado ainda mais; e testam Ednei de Souza como o seu queridinho na fidelidade, já que no PV ele está com o dias contados e a sua então “base eleitoral”, a do Bela Vista, agora, contaminada. Inicialmente, o Gasparinho e o Gaspar Mirim deram um bom respaldo a Ednei.

E recordar é viver. Essa do aparelhamento pelo poder (e somente por ele), à mobilização de desinformados ou mal intencionados, à propaganda, o factoide e unicamente feitos pelo objetivo da sobrevivência político partidária, tem pelo menos um exemplo quase acabado em Gaspar. Rodrigo Fontes Schramm (hoje secretário de Turismo, Indústria e Comércio) era o tesoureiro da Acig. Inconformado com a decisão dela de bancar o fechamento do hospital para modernizá-lo (depois de uma manobra em juízo dos próprios médicos para fechá-lo), há mais de dois anos ele foi à rádio Sentinela, contrariar uma decisão democrática de diretoria.

Como um companheiro (e não diretor de uma entidade que luta por resultados apartidários na cidade e que tinha tomado uma decisão por maioria), Rodrigo resolveu chamar os petistas (e outros simpatizantes da causa) para se tornarem membros do Conselho do Hospital e assim com a maioria mobilizada as pressas, conservar o hospital aberto, falido, moribundo, sucateado, dividido, político, mas aparelhado, fonte de empregos, negócios para alguns e até votos para outros. Não deu certo porque houve uma reação organizada da sociedade. Rodrigo saiu da Acig foi parar na Ampe e o hospital vai ser inaugurado, novinho, sem qualquer ajuda desse pessoal, mas que já o rodeiam com planos de ocupação naquilo que não acreditaram e não contribuiram efetivamente para o resultado. Acorda, Gaspar

O PV do Vereador Rodrigo Começa a Perder Espaço

O presidente do PT, Lovídio Carlos Bertoldi (presidente do Samae) e o Chefe de Gabinete do prefeito Pedro Celso Zuchi, Doraci Vanz, pressionaram, ameaçaram e cumpriram. Ou o vereador Rodrigo Boeing Althoff, PV, votava a favor do Projeto de Lei 75/2009 que dava o nome de Oswaldo Mathias Schmitt à Rua Oswaldo Matias Schmitt, no Poço Grande, mudando o seu gabarito e comprimento para facilitar a construção do Pombal, ou os cargos do PV estariam cortados na aliança vencedora do último pleito municipal.

E Rodrigo, engenheiro, ex-secretário de Planejamento da atual administração, topógrafo de carreira e reintegrado recentemente via uma liminar, votou contra o projeto na sessão de Quinta-Feira à noite, ajudando a derrotá-lo por seis votos a três. E mesmo que ele votasse a favor, o projeto seria ainda assim derrotado por cinco a quatro. Para o PT o que vale é a lição. Onde passa um boi passará uma boiada. Mais, com isso, tem a desculpa exata para uma nova aliança que pode envolver o PP e até o PMDB.

Hoje, Segunda-Feira, parte da ameaça de concretizou. Enquanto uma parte do PV liderado pelo suplente de vereador e secretário da Agricultura, Alfonso Bernardo Hostert, lutava para que não ser alcançado pela ameaça e o desemprego, outra mais ligada ao vereador Rodrigo não teve tal sorte. O próprio Hostert fez os anúncios e disse que eles haviam escolhido o lado errado (Ôpa, então tem dois lados como eu já escrevi aqui e fui desmentido?).

Everton dos Santos e Thiago Jerônimo dos Santos que trabalhavam no Ditran (Diretoria de Trânsito) foram defenestrados dos cargos que ocupavam no órgão público. E a lista agregou ainda on diretor de Planejamento da secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, onde Rodrigo foi titular e agora é ocupada pelo amigo de Zuchi, o petista Soly Waltrick Antunes Filho. A saída de Djalma Teixeira de Mello é simbólica e signficativa para Rodrigo. É o rompimento com as possíveis facilidades dentro da máquina de favores.

Isto pode não acabar bem e para o próprio PT, se ele quiser levar tudo à mão de ferro como vinha fazendo. É o que deixam escapar alguns membros do PV. Poderá estar ai sendo sinalizado o enfraquecimento da aliança e até da governabilidade que tem parte do PP. Rodrigo foi o calo de Adilson Luiz Schmitt, PSB, na administração passada e por isso, virou o queridinho do PT. A saída do PV (ou de parte dele como quer fazer crer Hostert), pode estar sinalizando uma carreira solo de Rodrigo e a metralhadora de quem viveu os bastidores do primeiro ano da administração Zuchi e Mariluci de forma intensa.

Hostert está mais para ir ao PT e se segurar no emprego do que ficar no PV. A aliança pode parar na Executiva Estadual do PV. E ai, o desembarque será do PV. Hostert está envolvido com a compra de votos naquela denúncia na Marinha (Jardim Primavera) e o PV não vê isso com bons olhos. Aliás, esta semana, a Polícia Federal intimou todos para serem ouvidos em Itajai. O jogo do PT em Gaspar pode também ter ingredientes que o deixará mais vulnerável. O PP não quer ir de cabeça. Luiz Carlos Spengler Filho, o Lú, está resistente. E os vereadores do PMDB, Raul Schiller e Kleber Edson Wan Dall não querem ficar na mão do presidente do partido, Oswaldo Schneider, o Paca.

Os decretos de exenorações foram publicados no Diário Oficial dos Municípios, aquele que se esconde na internet, na edição 355, nas páginas 52 e 53, do dia 28.10.09


DECRETO Nº. 3.654, DE 23 DE OUTUBRO DE 2009.
EXONERA DIRETOR DE PLANEJAMENTO, O SERVIDOR DJALMA TEIXEIRA DE MELLO.

PEDRO CELSO ZUCHI, Prefeito Municipal de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72 da Lei Orgânica do Município, e com fundamento no art. 10 da Lei Municipal nº 1.357, de 28 de maio de 1992,
DECRETA
Art. 1º Fica exonerado, a partir de 26 de outubro, o servidor DJALMA TEIXEIRA DE MELLO, do cargo de Diretor de Planejamento, Nível CC, Ref. 55, com 40 horas semanais.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Gaspar, 23 de outubro de 2009.
PEDRO CELSO ZUCHI
Prefeito do Município de Gaspar

DECRETO Nº. 3.655 DE 23 DE OUTUBRO DE 2009.
EXONERA DO CARGO DE ENCARREGADO, O SERVIDOR EVERTON DOS SANTOS.

PEDRO CELSO ZUCHI, Prefeito Municipal de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72 da Lei Orgânica do Município, e com fundamento no art. 10 da
Lei Municipal nº 1.357, de 28 de maio de 1992,
DECRETA
Art. 1º Fica exonerado, a partir de 26 de outubro, o servidor EVERTON DOS SANTOS, portador do CPF nº 070.664.439-50, do cargo de Encarregado, Nível CC, Ref. 21, com 40 horas semanais.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Gaspar, 23 de outubro de 2009.
PEDRO CELSO ZUCHI
Prefeito do Município de Gaspar

DECRETO Nº 3.656 DE 23 DE OUTUBRO DE 2009.
EXONERA DO CARGO DE ENCARREGADO DE TRANSPORTE COLETIVO, THIAGO JERÔNIMO DOS SANTOS.
PEDRO CELSO ZUCHI, Prefeito Municipal de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72 da Lei Orgânica do Município,
DECRETA:
Art. 1º Fica exonerado, a partir de 26 de outubro, THIAGO JERÔNIMO DOS SANTOS, portador do CPF nº 066.104.699-03 e da CI nº 5.263.509, SSP/SC, do cargo em comissão de Encarregado de Transporte Coletivo – Nível CC, Ref. 21, com 40 horas semanais.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Gaspar, 23 de outubro de 2009.
PEDRO CELSO ZUCHI
Prefeito do Município de Gaspar

Veja os decretos de nomeações (quando tudo era festa).

DECRETO Nº 3441 DE 15 DE ABRIL DE 2009.
NOMEIA ENCARREGADO, O SERVIDOR EVERTON DOS SANTOS.
PEDRO CELSO ZUCHI, Prefeito Municipal de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72 da Lei Orgânica do Município, e com fundamento no art. 10 da Lei Municipal nº 1.357, de 28 de maio de 1992, DECRETA:
Art. 1º Fica nomeado, a partir desta data, o servidor EVERTON DOS SANTOS, portador do CPF nº 070.664.439-50, para o cargo de Encarregado, Nível CC, Ref. 21, com 40 horas semanais.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos para 06 de abril.
Gaspar, 15 de abril de 2009.
PEDRO CELSO ZUCHI
Prefeito do Município de Gaspar

Publicado no DOM – Diário Oficial dos Municípios Em 27/04/09 – Edição 227

DECRETO Nº 3267 DE 02 DE JANEIRO DE 2009.
NOMEIA ENCARREGADO DE TRANSPORTE COLETIVO, THIAGO JERÔNIMO DOS SANTOS.

PEDRO CELSO ZUCHI, Prefeito Municipal de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72 da Lei Orgânica do Município, DECRETA:
Art. 1º Fica nomeado, a partir desta data, THIAGO JERÔNIMO DOS SANTOS, portador do CPF nº 066.104.699-03 e da CI nº 5.263.509, SSP/SC, para exercer o cargo em comissão de Encarregado de Transporte Coletivo – Nível CC, Ref. 21, com 40 horas semanais.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Gaspar, 02 de janeiro de 2009.
PEDRO CELSO ZUCHI
Prefeito do Município de Gaspar


DECRETO Nº 3377, DE 11 DE MARÇO DE 2009.
NOMEIA DIRETOR DE PLANEJAMENTO, O SERVIDOR DJALMA TEIXEIRA DE MELLO.

PEDRO CELSO ZUCHI, Prefeito Municipal de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72 da Lei Orgânica do Município, e com fundamento no art. 10 da Lei Municipal nº 1.357, de 28 de maio de 1992, DECRETA:
Art. 1º Fica nomeado, a partir de 12 de março, o servidor DJALMA TEIXEIRA DE MELLO, para o cargo de Diretor de Planejamento, Nível CC, Ref. 55, com 40 horas semanais.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Gaspar, 11 de março de 2009.
PEDRO CELSO ZUCHI
Prefeito do Município de Gaspar

Por Seis Votos a Três, Vereadores Rejeitam Rua do Pombal

Foto Cruzeiro do Vale. Nela plenário da Câma lotado e o vereador Raul Schiller, PMDB, justificando o seu voto contra o projeto lei 71/2009 que ampliava uma rua irregularmente

Foto Cruzeiro do Vale. Nela plenário da Câma lotado e o vereador Raul Schiller, PMDB, justificando o seu voto contra o projeto lei 71/2009 que ampliava uma rua irregularmente

A sessão de ontem a noite (Quinta, 22) da Câmara de Vereadores de Gaspar foi histórica para os cidadãos e cidadãs, bem como sinalizadora para a atual administração petista de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa. E por vários aspectos. Pela primeira vez, repito, primeira vez, foi rompido o rolo compressor do Executivo sobre a Câmara. Prevaleceu a transparência, a mobilização comunitária, a clareza e principalmente, para o respeito à legislação a qual nos torna iguais em direitos e deveres.

Quem perdeu? A esperteza, o obscuro, a falta de diálogo, a propaganda enganosa e a mentira deslavada. Não pessoas e nem partidos.

Seis vereadores rejeitaram a manobra atabalhoada e ardilosa de bastidores do Município, contida no Projeto de Lei 71/2009. Este projeto que foi rejeitado sob o pretexto de denominar a Rua Oswaldo Matias Schmitt, de Oswaldo Matias Schmitt (não escrevi errado, é assim mesmo) no Poço Grande. Na verdade, ele ampliava a sua extensão e mudava o seu gabarito, burlando o Plano Diretor; enganava os moradores do Poço Grande e dava condições para implantar, sem qualquer negociação, mitigação, compensação e de forma regular, mais de 500 apartamentos de 36 metros quadrados (com área comum e por issos apelidados de pombal), concentrados numa única rua do bairro a Oswaldo Matias Schmitt.

O autor de tal projeto de lei, torto, foi o cunhado do prefeito, o vereador Antonio Carlos Dalsóchio, PT, e sem qualquer identificação no bairro.

Quem votou contra o projeto de dar o mesmo nome à rua já nominada, mas no fundo com a intenção de modificá-la no seu gabarito para viabilizar à construção dos apartamentos populares? Luiz Carlos Spengler Filho, o Lú, PP (e que sofreu pressões de bastidores do presidente da Câmara José Hilário Melato, companheiro de partido, e que não votou por ser presidente da sessão histórica da Câmara); Joceli Campos Lucinda, DEM; Claudionor de Souza, PSDB, que viveu praticamente toda a sua vida no bairro; Kleber Edson Wan Dall e Raul Schiller, ambos do PMDB; e Rodrigo Boeing Althoff, PV,(ex-secretário de Planejamento e Desenvolvimento) até então da base aliada.

Este voto contra do Rodrigo, é um caso a parte e poderá ter desdobramentos. O vereador e que é funcionário de carreira, reintegrado recentemente por liminar judicial como topógrafo, e o PV, foram muito pressionados pela atual administração de Pedro Celso Zuchi, inclusive com a ameaça de perdas de cargos que o partido mantem no governo por conta da aliança vencedora do último pleito municipal. O presidente do PT, Lovídio Carlos Bertoldi (e presidente do Samae) e o chefe de gabinete, Doraci Vans, se empenharam pessoalmente no assunto ao perceberem as dificuldades que o projeto encontraria na Câmara na noite passada. Como tratores, foram duros e claros com os Verdes (da ala que aparelha, depende e está empregada no governo municipal) se caso Rodrigo não votasse a favor do Projeto de Lei. Como não votou, agora é esperar e conferir.

Votaram a favor do Projeto de Lei 71/2009 e foram derrotados na intenção, os petistas Antônio Carlos Dalsóchio (autor), Jorge Luiz Wiltuschning e José Marildo Rampeloti.

E por que a sessão foi histórica e sinalizadora para a atual administração? Porque pela primeira vez o trator do governo e o controle de mão-de-ferro do presidente da Câmara, José Hilário Melato, a favor de Zuchi e Mariluci foram desafiados.

E por que é sinalizadora? Porque não se trata de uma briga política partidária ou ideológica, mas de algo que é técnico, trata-se de respeito e direitos da comunidade, a qual ficou ausente (ou foi enganada) do diálogo e da transparência; que foi surpreendida por atos entre amigos do poder de plantão para contrariar a lei feita exatamente para proteger a comunidade.

É sinalizadora porque está na hora do prefeito Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa refletirem melhor sobre os resultados que estão produzindo por meio de sucessivas propagandas enganosas. Ontem houve mais um exemplo. Do Poço Grande vieram em torno de 50 moradores. O PT e a prefeitura, passou a tarde de Quinta-Feira mobilizando pobres, sem teto, desinformados, necessitados, frágeis, agitadores e sem terra para virem à Câmara, à noite, e impressionar (e constranger) os vereadores que possivelmente votariam contra o projeto de lei. E para isso, usou-se de um ardil: informou-se aos convivas que ali seria feita as inscrições para casas e apartamenos populares. Uma festa para gente com esperança, manipulada, usada, manobrada. Estavam lá também, todos os secretários da atual administração.

Eles chegaram lá, esperançosos. E assistiram a pantomima. Não entenderam nada. E como não houve a tal inscrição para um teto, praticamente de graça, ficaram ainda chateados com a atual administração que tentou, nos bastidores, dizê-los que foram os vereadores que votaram contra o projeto 71/2009 (que ninguém deles sabia direito do que se tratava) é que impossibilitaram o acesso dos mobilizados às tais moradias populares. Uma vergonha. Um escárnio. Uma irresponsabilidade de palanque. Coisa de político descomprometido.

Esta manobra embutida no projeto de lei 71/2009 fui eu quem denunciei pela primeira vez aqui no blog e na coluna “Olhando a Maré” no dia 29 de setembro. Só a partir de então houve a mobilização, a conscientização da comunidade e a insistência da equipe de Zuchi, incluindo o seu secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Soly Waltrich Antunes Filho, em não participar dos esclarecimentos, contrariando os próprios discursos de campanha.

Quem perdeu e quem ganhou? Ninguém perdeu (nem mesmo a atual administração), penso. Não há nada a comemorar. Ganharam todos. É hora de recomeçar, reconstruir, conversar, esclarecer e dar soluções (até porque as habitações são necessárias – talvez não no número exagerado que mostram e crece a cada entrevista. Tudo, entretanto, deverá ter a participação da comunidade afetada. É hora de respeitar a comunidade, ouvi-la, preservar a qualidade de vida de hoje e no futuro com o aumento da infra-estrutura e serviços na mesma proporção do aumento populacional (e principalmente habitacional forçado).

O que se queria com este projeto rejeitado? Dar acesso à parte do conjunto de apartamentos populares e “regularizar” (aparentemente só no papel) o gabarito da rua para atender as exigências da Lei. Isto demonstra a falta de planejamento, comprometimento e competência por parte da prefeitura. Vejam: aprovaram aquele número exagerado de apartamentos e nem rua (acesso) eles tinham direito. Colocaram a carroça na frente dos burros.

Mais: antes de propror o prolongamento da rua de forma correta, deveria ter sido remetido à Câmara um projeto de doação, permuta, compra ou desapropriação do terreno da família Sansão por onde passará o possível prolongamento da rua Oswaldo Matias Schmitt. É risível. Mais uma vez falhou a procuradoria.

Pior além de legitimar o dito pombal, goela abaixo dos atuais moradores, sem qualquer compensação, sem aumento de infra-estrutura, o projeto de lei rejeitado burlava flagrantemente também o Plano Diretor de Gaspar e o Estatuto das Cidades, sem a abertura de ruas entre os blocos e a destinação de áreas verdes e comunitárias, que só existiam na propaganda que mandaram publicar.

Pelo visto gastaram dinheiro a toa e parece que não sensibilizou e não chamou a atenção como queriam a prefeitura e a empresa construtora que vai ganhar dinheiro, vai embora e vai deixar problemas sociais, de relacionamento comunitário, segurança e de falta de infra-estrutura para serem resolvidos por outros prefeitos. Pior mesmo é ver a Caixa Econômica Federal convivente com isso tudo, a desumanização de uma região.

Para você entender o caso, vou recapitular o que está por detrás de tudo isso.

Para encobrir a incompetência, a falta de planos e resultados, criaram o Projeto de Lei 57/2009 que declarava “Zona Especial de Interesse Social o Poço Grande”. Aprovado como um relâmpago na Câmara e sob disfarces. Leia “Jogos, Jogadas e Jogadores de Várzea. Desafios, Nenhum”, aqui no blog. Apresentou-se o Projeto Lei 71/2009. Ele revoga uma lei já existente (1.246/90) e dá o mesmo nome a Rua Oswaldo Matias Schmitt, todavia, espertamente, prolongando-a e lhe dando nova largura.

Por que isso? Para tornar tudo irreversível e aparentemente legal. Porque a não aprovação do projeto de lei do Dalsóchio (como aconteceu) é um entrave fundamental: mais que o impacto de vizinhança, audiências, respeito ao Plano Diretor ou à qualidade de vida dos atuais e futuros novos moradores que ninguém da prefeitura quer discutir. É só ler a Lei Federal 6.766 de 19/12/79. E é ai que querem dar o pulo do gato. Vamos lá ao pulo do gato.

Loteamento é a divisão da gleba em lotes destinados à edificação com abertura de novas ruas, logradouros públicos, modificação ou ampliação das vias existentes. Desmembramento é subdivisão da gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros, nem no prolongamento, modificação ou ampliação das existentes.

Sacaram? Perceberam a diferença entre loteamento e desmembramento? Na verdade está se constituindo um desmembramento, mas que tem características de loteamento. Por que essa jogada? Porque tentam, mais uma vez por lei torta, burlar a Lei Federal para não constituir o loteamento e destinar os 35% para ruas, áreas comunitárias e verdes. Tudo errado, sem transparência. Gaspar e o Poço Grande, neste caso, finalmente, Acordou. E o líder do bairro Gilberto Schmitt, tem uma parcela significativa nisso tudo.

De Anjo a Demônio, Mas Nem Tanto

A nomeação de primeira hora do governo de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, PT, bem como a saída do vereador Rodrigo Boeing Althoff, PV, da secretaria do Planejamento e Desenvolvimento na semana passada, trazem vários sinais e alguns mistérios. O primeiro deles foi a patética entrevista para justificar a sua saída. Rodrigo estava na cena.

A “desnomeação” do secretário já era esperada. Há três meses, a coluna “Olhando a Maré” e este blog haviam anunciado tal possibilidade (Recado, Desmanche e Desagregador foram algumas das notas). Foram desmentidas e ridicularizadas (uma prática que já se tornou rotina na prefeitura). A entrevista da sua saída (ato não comum em Gaspar é um sinal no qual se demonstra como o assunto é delicado). O espetáculo foi para atenuar o que parte da cidade sabia e principalmente como urdia e dissimulava o comando petista.

Sinais? Sim: o do erro e do ajuste. De que aos poucos, a aliança interesseira (de adesistas) e de vingança que o PT montou para vencer as eleições, está se enfraquecendo no núcleo de decisões. Está claro que venceu o PT, o PT da administração de Zuchi e Albertina e que se mostra por intermédio de Doraci Vanz, o chefe de Gabinete de Zuchi.

O mistério? Como vai ser o final disso tudo.

Atenuar? Sim. Afinal este é um caso complicado. Se não bem gerenciado, de “aliado”, Althoff poderá se tornar um problema para a base governista nos planos de futuro e na própria Câmara, onde hoje, a atual administração faz cabelo, barba e bigode.

Althoff nasceu problema. Ele gosta de espaços e resultados. De todas as formas. E o seu jeito de promover soluções nos negócios e no público (onde as coisas se complicam naturalmente pela inércia própria desse corporativismo ou pela necessidade de se criar facilidades) incomodou alguns. Entre eles, o ex-prefeito Adilson Luís Schmitt, PSB, e seu ex-chefe imediato, o então secretário do Planejamento e Desenvolvimento, Murílio Schmitt (irmão de Adilson). O topógrafo concursado foi demitido depois de uma longa e desgastante sindicância (técnica e política) no Processo Disciplinar 006/2007 e que o exonerou na Portaria 1.146. Virou o herói para o PT contra o Adilson.

O caso está na Justiça. Rodrigo e o PT esperam uma sentença favorável. Isto facilitaria tudo. Ele poderia ser readmitido como funcionário público: agora como engenheiro. Ele prestou concurso. É o segundo da lista. Acumularia vencimentos no Executivo e na Câmara.

A saída de Rodrigo da secretaria o retira do dia a dia onde ele tem interesses conflitantes e que incomodava a administratação petista; a administração também se sente livre dos compromissos que ele assumiu com a cidade; desarma (?) um possível concorrente a deputado e até mesmo a prefeito. Rodrigo é audaz e sonha. Bisbilhota. Interfere (só não interferiu para impedir a construção do muro da rua Cecilia Joanna Schneider Krauss). Se posiciona. Tem votos. Este é o medo do PT. Foi o medo de Adilson.

Como vereador vai continuar com força para os seus pleitos no governo municipal. A não ser que o PT resolva buscar outros caminhos. Também deve rivalizar com o presidente José Hilário Melato, PP, no conhecimento e manobras no Legislativo. Rodrigo tem dois caminhos: ou se projeta politicamente como uma nova alternativa (jovem, inclusive) e ai assume alguns riscos, ou se acomoda no bonde do poder e salva seus próprios interesses. Acorda Gaspar.

Nova cara

O prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi, PT, está mesmo decidido a dar nova cara ao seu governo. Ele e sua equipe do núcleo duro de campanha concluiram que o prazo para experiências e desgastes decorrentes dos três primeiros meses de governo já terminou. À frente das operações está o Chefe de Gabinete, Doraci Vanz. Nos bastidores, os mesmos de sempre, incluindo os familiares de influência. As notas da coluna que escrevo as terças no jornal Cruzeiro do Vale e deste blog editada nesta semana sob os titulos Tática, Calculado” e Recomeçar, a princípio negadas no paço municipal, se desenham na prática. A coluna Chumbo, na edição de amanhã, sexta-feira 13, e escrita pelo editor de o Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, segundo ele próprio me informou a pouco, tratará desses assuntos quentes. Acorda Gaspar.