• Arquivos

  • Contagem Regressiva

    "As obras do Ifet de Gaspar estão atrasadas em mais de nove meses para que nele os jovens possam se qualificar e estudar em 2010"
  • Poemeta

    Álvaro de Campos

    Poema em Linha Reta

    Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó principes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

    *Álvaro Campos é um dos heterônimos de poeta e escritor português Fernando Pessoa.

  • Meta

Este Blog foi “Invadido”.Oito Meses de Conteúdo Apagado

Esta manchete é real. Só agora, as 18h de Domingo, dia 12.09.2010 consegui ter acesso ao meu próprio blog. Deixaram-me (restabeleceram a antiga senha), talvez por compaixão e depois que fiz circular um e.mail entre amigos durante o dia, esclarecendo a situação do blog. Mais do que recuperar o material postado até aqui, a preocupação agora é saber quem e por quê se orquestrou e executou este crime. É algo grave contra a liberdade de expressão, à cidadania, à dialética, o estado de direito e à democracia.

Aos que ficaram sem informações durante o dia, as minhas sinceras desculpas. Jamais imaginei que isto pudesse acontecer. Sou analfabeto e neófito no mundo digital. Compartilho com todos o e.mail que fiz circular nacionalmente – se mais uma vez, este material não for surrupiado deste blog. Ele por si só é auto explicativo da minha apreensão e sensação de que estamos permitindo que se ultrapasse alguns limites da lei e da liberdade responsável.

Eu, Herculano Domício, tinha e assinava um blog na Word Press chamado “Olhando a Maré” (www.olhandoamare.com). Ele sempre pretendeu ser plural, todavia com focos claros na transparência e nos desvios do poder. E a minha procupação era a cidade de Gaspar, que a conheço e convivo há mais de 30 anos, hoje casualmente governada pelo PT.

Na madrugada de Sábado para Domingo, dia 12.09, os últimos oito meses de conteúdos, opiniões, versões, comentários dos internautas, fatos e provas, simplesmente sumiram do referido blog. Alguém, esperta e criminosamente conseguiu acessá-lo, achando ou decodificando a senha. E não teve dúvidas sobre a melhor forma de como conter o processo dialético ou evitar o contraditório no estado de direito democrático: apagaram tudo, censuraram, acabaram com o que poderia ser um problema. Além disso, não tenho agora, mais a chance de acessar o meu próprio blog. Nem posso explicar ou pedir desculpa aos meus leitores e leitoras por tal agressão a eles.

Este é o melhor aviso do que está para vir sobre a liberdade de expressão dos cidadãos e das cidadãs. O obscurantismo nos ronda e o grande irmão nos controla na internet e decide quem deve sobreviver e se expressar. É um novo Brasil.

Eu, particularmente tenho uma pista sobre o que determinou esta ação própria das ditaduras ou regimes totalitários.

Em um artigo editado na Sexta-Feira, dia 10, colei no blog um e.mail gerado na prefeitura de Gaspar. Para propagá-lo interna e externamente com propaganda eleitoral e dados falsos (abaixo), foi usada a rede do serviço público municipal, o que é expressamente vedado pela atual legislação eleitoral. O e.mail é do Orçamento Participativo(op@gaspar.sc.gov.br). Mostrei por colagens que a subordinação desta área é direta ao Chefe de Gabinete do prefeito e que o responsável pela conta do e.mail (Mauro José Gubert)é filiado ao PT. E para encerrar e comparar, acrescentei a verdadeira pesquisa da RBS (que era Ibope e não da Mapa), divulgada a noite de Sexta (horas depois do citado e.mail circular).

A pesquisa é bem diferente nos números e nas dúvidas ensejadas pelo citado e.mail. Coisas do aparelhamento e da patrulha ideológica toma conta e se serve da estrutura do poder público para as ações partidárias, com finalidades e conteúdos explicitamente duvidosos. O próprio prefeito está na lista dos que receberam o citado e.mail e não pode ignorar esta ação (prefeitocelso@gaspar.sc.gov.br), além do procurador geral, a vice prefeita que é candidata, secretários, assessoria de imprensa etc. Este assunto gerou um mal estar incomum. E a culpa, mais uma vez recaiu sobre o blog que divulgou o fato com provas. Tornou as provas pública. Então era preciso acabar com elas. E parecem, por desespero, prepotência, por meios tortos e condenáveis, acabaram. No Sábado ainda em outro artigo, escrevi sobre a corrupção endêmica (Amapá, Distrito Federal e Dourados) e aproveitei para colar o texto de Cláudio Weber Abramo (Por fim a corrupção), da Transparência Brasil, além de um outro em que me manifestei superficialmente sobre a pesquisa da RBS, baseando-me unicamente um comentários feitos por mim em Dezembro de 2009 e Agosto de 2010, os quais mostravam os meus acertos.

Alguém deve estar comemorando. A democracia, provavelmente, não. Abaixo o e.mail prova de um possível crime que se quer esconder. E para comparar o conteúdo do e.mail da prefeitura de Gaspar com a pesquisa Ibope divulgada pela RBS: Raimundo Colombo, DEM, saiu de 27 para 34%; Ângela Amim, PP, de 31 foi para 27% e Ideli Salvatti, PT, foco do e.mail, saiu de 16 para 15%, segundo essa mesma pesquisa.

From: op@gaspar.sc.gov.br
To: adriane_canan@hotmail.com; gpbiologo@gmail.com; agricultura@gaspar.sc.gov.br; daniela.souza@gaspar.sc.gov.br; alceutorres@gaspar.sc.gov.br; amigoxan@bol.com.br; aleblumenau@ig.com.br; juventude@gaspar.sc.gov.br; acdalsochio@yahoo.com.br; vanessa@argusvideo.com.br; arno_schmitt@hotmail.com; imprensa.samae@gaspar.sc.gov.br; ssgasparalto@hotmail.com; barabarabmb@hotmail.com; imprensa@gaspar.sc.gov.br; comunicacao@gaspar.sc.gov.br; bruna@gaspar.sc.gov.br; alexandre.campos@jprcomputadores.com.br; celia@gaspar.sc.gov.br; celso.kistner@bungue.com; COMPANHEIR@S; daltonisrael@hotmail.com; dalvafriolin@terra.com.br; cultura@gaspar.sc.gov.br; polegarkids@yahoo.com.br; pedagogico@gaspar.sc.gov.br; dalton@dkirosnet.com.br; doraci@gaspar.sc.gov.br; douglas.zimmermann@hotmail.com; sec.social@gaspar.sc.gov.br; educacao.infantil@gaspar.sc.gov.br; eja@gaspar.sc.gov.br; elciocar@terra.com.br; eliane.halves@ig.com.br; diretorditran@gaspar.sc.gov.br; engrenato@terra.com.br; caroline@escalametra.com.br; esporte@gaspar.sc.gov.br; evandro@gaspar.sc.gov.br; fernanda@gaspar.sc.gov.br; firegrafica@brturbo.com.br; fiscais@gaspar.sc.gov.br; fotomary@terra.com.br; saude@gaspar.sc.gov.br; gabinete@gaspar.sc.gov.br; graciely.guesser@gmail.com; imprensa@ilhota.sc.gov.br; irodete.samae@gaspar.sc.gov.br; concrebruns@yahoo.com.br; jaisonknop@hotmail.com; jeanml@pop.com.br; jeangrim@hotmail.com; obras@gaspar.sc.gov.br; jorgeluiz_oliveira@yahoo.com.br; granai@granai.com; joyce@gaspar.sc.gov.br; jp@multitasknet.com.br; assessoriaconselhos@gaspar.sc.gov.br; katialimaop@gmail.com; leonir10@ibest.com.br; diretorsamusa@gaspar.sc.gov.br; luiz@ideli.com.br; lfotos85@hotmail.com; MBurlamaqui@anatel.gov.br; maranatatextil@brturbo.com.br; m.salete.schmitt@terra.com.br; mariluci@gaspar.sc.gov.br; defesacivil@!gaspar.sc.gov.br; mesquita@gaspar.sc.gov.br; maregypcia@yahoo.com.br; mkojima@prsc.mpf.gov.br; mauro.gubert@bol.com.br; meribiz@ibest.com.br; muriquifinanceiro@terra.com.br; neivaldo@gaspar.sc.gov.br; niviafeller@hotmail.com; op@gaspar.sc.gov.br; op@concordia.sc.gov.br; osvaldoberti05@gmail.com; prefeitocelso@gaspar.sc.gov.br; prefeitopixe@hotmail.com; gaspar@gaspar.sc.gov.br; ptgaspar@terra.com.br; sonoeconforto@brturbo.com.br; scheila.lana@gaspar.sc.gov.br; esteba_30@hotmail.com; slkeller@hotmaim.com; silva@gaspar.sc.gov.br; silvana-07@hotmail.com; legal@servicecontabilidade.com.br; soly@gaspar.sc.gov.br; soniafbertoldi@hotmail.com; stefam@gaspar.sc.gov.br; stefan@gaspar.sc.gov.br; superint.saude@gaspar.sc.gov.br; valdiria@gaspar.sc.gov.br; valeria.rohr@gmail.com; aema@gaspar.sc.gov.br; wanderlei@rkam.com.br; warderlei@rkam.com.br
Subject: pesquisa SC
Date: Fri, 10 Sep 2010 08:18:29 -0300

PESQUISA MAPA NÃO PUBLICADA MOSTRA IDELI EM SEGUNDO

Uma pesquisa do Instituto Mapa deveria ter sido publicada no dia 7 de setembro. Mas sua divulgação foi suspensa sem a devida explicação de quem a contratou, o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscom). Os números seriam divulgados pela RBS. Mas não foram. Por que? A explicação pode estar nos números, que ainda ontem circularam extraoficialmente na internet. E por nesses novos dados, Ideli já assume o segundo lugar! Veja:

Raimundo Colombo: 33%

Ideli Salvatti: 23%

Angela Amin: 22%

Chegou a hora da virada!

Divulgue essa informação para o maior número de pessoas possível.

A onda Dilma vai levar o time do Lula à vitória!

É Dilma lá e Ideli aqui!

Até aqui foi o meu e.mail. Para este post emergencial neste dia assustador (ontem foi 11 de Setembro, que celebrou o dia em que se conheceu o poder da ação terrorista), hoje a tarde, no blog do Moacir Pereira, Diário Catarinense, encontrei esta nota que me parece estar dentro de contextos sintomáticos. Eu a publico para a reflexão de todos.

PT de SC tentou proibir divulgação de pequisa do Ibope
12 de setembro de 2010 | Categorias: 1

O juiz Júlio Guilherme Schattschneider,do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, indeferiu pedido da coligação “A favor de Santa Catarina”, da senadora Ideli Salvati, que pretendia impedir a divulgação da terceira etapa da pesquisa Ibope.
O magistrado alega que não há o menor indício de fraude e refuta o argumento usado no pedido dos petistas e aliados de falhas na metodologia usada pelo Ibope. Textual: “Pelo que se verifica das alegações que constam da inicial, não há qualquer alegação de fraude. Ocorreu, na realidade, a mera impugnação do método a ser utilizado. E as alegações se baseiam, a meu ver, em critérios absolutamente subjetivos”.
O requerimento foi apresentado ao TRE de Santa Catarina antes da veiculação dos dados. A decisão do magistrado é de 10 de setembro.

Ângela Consolida. Ideli Patina. Colombo Está no Jogo.

Os dados divulgados ontem, Quarta-Feira, dia 23.12, pelo Instituto Datafolha, deixou em polvorosa o PT de Santa Catarina. As denúncias contra o vice-governador Leonel Pavan, PSDB, que estão no Tribunal de Justiça, não transferiram nenhum voto a possível candidata do partido, senadora Ideli Salvatti. Ela está estacionada em todos os cenários, e em todas as pesquisas sérias e de trabalho, e há muito tempo, em 14%. O PMDB também não conseguiu tirar vantagem do processo de dúvidas contra o vice-governador, ao contrário. Amarga os reflexos do jogo pelo poder.

Quem se beneficiou bem com isso tudo foi Ângela Amim, do PP. Ela já estava bem posicionada. Desta vez, Ângela disparou para entre 31 a 29% nos três cenários analisados. O senador Raimundo Colombo, do DEM, variando de 20 a 18%, também obteve vantagens claras no jogo sucessório, segundo o Datafolha.

Conheça os cenários. No primeiro deles a deputada federal, esposa do ex-senador e ex-governador Esperidião Amim, a ex-prefeita de Florianópolis Ângela Amin tem 31% das intenções de voto, seguida pelo senador Raimundo Colombo, com 18%, e pela senadora Ideli Salvatti, com 14%. Bem atrás está Eduardo Pinho Moreira (PMDB), com 7%, e Afrânio Boppré (PSOL), com 2%.

No segundo cenário montado pelo Datafolha, Ângela Amin cai 2 pontos quando o vice-governador Leonel Pavan entra na disputa. Colombo e Ideli recebem 19% e 14%, respectivamente, e Pavan alcança 9%.

No terceiro cenário, com Dário Berger,PMDB, candidato (5%). Nessa situação, Ângela fica com 31%, Colombo, com 20%, Ideli permanece com 14%, e Boppré aparece com 2%.

As leitoras e leitores deste blog e da coluna “Olhando a Maré” já sabiam do potencial do nome da deputada desde março deste ano de 2009. Os comentários estão em “Angela ou Idelï?” de 22.03 e “PP e PT juntos em SC?””, de 25.05. A mídia de Santa Catarina é tocada por Florianópolis, isolada numa ilha, com as mesmas fontes há anos e influênciada pelos mesmos lobistas do poder e dos partidos interessados no jogo político. Eles costumam ignorar os grotões que as pesquisas ouvem.

Voltando. Algumas leituras precisam ser feitas. O PT não tem candidato que possa surpreender se ele não pensar em uma alternativa a Ideli. Ela não é confiável aos olhos das lideranças (fora do partido que ela quer conquistar) e eleitores no padrão catarinense de pensar e agir. As pesquisas qualitativas, e as últimas quantitativas, demonstram isso claramente. O partido, há muito, sabe desse nó, mas se enrola e não o desata. E o tempo passa, o tempo voa e…

Ideli que ensaia ter como vice um executivo aposentado no Vale ou um empresário no Norte, algo falso para disfarçar as suas fragilidades no relacionamento com segmentos mais conservador, ou a sensação de que lhe falta senso gerencial, vai ser (e está sendo) demolida pelas contradições que ela mesma criou para chegar e se manter no poder. O próprio PT precisa rever o seu jeito miudo de fazer política por aqui.

Em Santa Catarina o seu discurso ainda continua de partido nanico, com temas pontuais e oportunistas de oposição que levam dúvidas sobre a capacidade do PT catarinense para tratar com realidades, mudanças e resultados. Trabalha com constangimentos, meias verdades e denúncias que não ampliam o seu eleitorado, ao contrário, estabelece-se no teto. E nem as más notícias sobre o vice-governador fizeram com que qualquer traço e intenção de votos fossem transferidas a Ideli ou ao PT. E quando usarem este tema para alavancagem no palanque, vai ser pior ainda. Vão transferir para outros aquilo que pretendiam ser seu. É histórico.

Já era hora de se ter, mesmo na propaganda de palanque, a defesa de um projeto consistente de governo para mudar, surpreender e emocionar os catarinenses. Até agora, nada. Pior: dos municípios que o PT governa em Santa Catarina qual deles pode servir de exemplo. Até agora apenas um: Brusque que produz resultados significativos no maior silêncio com o advogado e ex-deputado Paulo Eccel. Gaspar é um desastre e Joinville onde Ideli e o PT colocaram todas as fichas, até agora não decolou com Carlito Merss.

Outro partido ameaçado e que corre um sério risco de “desaparecer” em Santa Catarina como uma força sucessória é o PSDB. Ele tinha todas as fichas em Leonel Pavan. Tinha até plano de poder e governo. E agora (questão de dias) Pavan está fragilizado, complicado e mal assessorado (porque ele quer e faz parte do estilo dele). Pior: Pavan e PSDB parecem ser a mesma entidade. Um erro estratégico sem tamanho. Nada foi feito para separar os dois. Estão todos os “líderes” no partido constrangidos e anestesiados. Não sabem o que fazer o imbróglio. Ou até sabem, mas faltam-lhes a decisão e a coragem.

Explico. Parece que ninguém quer tomar uma atitude mais radical (mas necessária e recomendada) para não complicar ainda mais o caso Pavan e para não serem eles interpretados pelo próprio Pavan como traidores, aproveitadores ou como sinal de abandono do barco. Então, todos estão afundando neste barco sem projeto, sem plano, sem alternativas para o caso e vão ficar a margem da negociação e do poder. Estão criando órfãos. Tudo, neste caso é muito delicado. Pavan foi atingido pelo fogo amigo e só na hora que tomaria o poder. Não se preparou para assumir. Não se protegeu. Não constituiu equipe. Está sem rumo.

A queda de Pavan nas pesquisas deixa isto bem claro. O tiro lhe atingiu. Não foi abatido, mas está sangrando. Mas, não há o mínimo sinal de reação coordenada nas lideranças do partido. Estão todos como num velório e com medo de discutir a partilha antes do enterro. É preciso urgentemente separar o partido do episódio, fortalecê-lo, criar fatos e alternativas (novos nomes), colocá-lo no jogo, ao mesmo tempo em que se deve tratar o caso Pavan separadamente, com as hipóteses dele se sair bem ou não (e ai não contaminar o partido que já teria então escolhido um caminho próprio).

Isto não é falta de respeito. É uma reação estratégica e de inteligência perante as circunstâncias. É o plano B da crise que se instalou seja por culpa própria, do fogo amigo ou da oposição. Até agora, nada. Estão todos embrulhados em fatos e atos jurídicos e não em estratégias de sobrevivência e de preservação do espaço que vai ser ator importante numa disputa nacional. Estão tratando de dois assuntos diferentes como se eles fossem iguais.

E o PMDB? Também está sem nomes. Está desgastado pelos oito anos de poder e das manobras para te-los. E é natural. Ruim mesmo é não aceitar e trabalhar este tema à luz novas soluções. Como se vê, neste assunto PT, PSDB e PMDB parecem iguais. Se sucumbem às próprias evidências. E preferem insistir naquilo que lhe causa dúvida, dor e rejeição.

E a tríplice aliança está salva com Raimundo Colombo? Dificilmente. Colombo é um nome que surge como surge o de Ângela. Uma contestação ao modelo administrativo em vigor ou algo novo, ou uma proposta de mudança, moderada e conservadora como é o perfil do eleitorado catarinense (que tradicionalmente também vota mais em nomes nos partidos do que no partido em si).

Mas, cuidado. E se Ângela associar o seu nome de mulher, administradora (foi prefeita corajosa em Florianópolis) e política ao do seu marido Esperidião, ela também perde pontos, torna-se alvo. Fica igual. Esperidião é reconhecido como centralizador, autosuficiente, esnobe, sarcástico, mau perdedor e vingativo. Foi assim que “desconstruiu” uma reeleição certa para Luiz Henrique da Silveira, PMDB, ao governo do estado, isto sem contar o episódio da derrota para Dário Berger, PMDB, à prefeitura de Florianópolis.

E com esses números, caminhando da forma como está, não haverá triplice aliança do PMDB, DEM e PSDB, muito menos a propalada aliança do PP com o PT, ou como quer o PT com o PP. Só nos comentários dos articulistas de Florianópolis que se alimentam nas mesmas fontes há anos. Há muita água para passar por debaixo desta ponte, apesar de faltar apenas nove meses para a próxima decisão, a eleição de outubro.

Dos Catarinenses Só os Votos. Acordem.

Não se trata de partido político muito menos de pragmatismo partidário. Não se trata de ser situação ou oposição. Trata-se de caráter e cidadania. Trata-se de transparência. Trata-se de verdades e mentiras. Trata-se de dissimulação e enrolação. Trata-se de valores de representação política. Trata-se de se ter vergonha na cara e respeito com uma sociedade. A notícia estampada hoje, quarta-feira, na capa do Jornal de Santa Catarina é um escândalo, um escárnio e uma humilhação da classe política para com quem trabalha, constroi e acredita neste valor. E vota.

O governo Federal escondeu durante 13 dias (?) e ontem vazou de que 87% dos recursos destinados ao Vale do Itajaí foram cortados pelo governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva e da Senadora Ideli Salvatti, ambos do PT, mas também dos deputados federais da base aliada e que dizem representar o nosso Vale como Dério Neri de Lima, PT; João Pizzolatti e Ângela Amim, ambos do PP; João de Mattos, do PMDB; e Nelson Goetten, do PR. Não é nenhuma surpresa. E olha que é uma representação substancial entre 16 deputados de Santa Catarina e que deve incluir Paulinho Bornhausen, DEM, este da oposição ao atual governo Federal. Surpresa seria se as bravatas de palanque e das campanhas eleitorais fossem verdadeiramente cumpridas.

Querem transformar o Vale em algo histórico, roteiro de turista para mostrar uma sociedade que foi abatida pela insensatez dos políticos. Preferem todos os líderes do Vale e seus moradores prostados, ignorantes, desinformados, dependentes, humilhados, batendo palmas e pedintes do Bolsa Família e outros cartões assistencialistas, do que fazer os investimentos para gerar o desenvolvimento, a autodeterminação e os tributos que vão ou sustentam essa parafernália assistencialista. Questionada ontem sobre este assunto, a senadora Ideli Salvatti se escondeu, se esquivou (está no jornal). Diferente atitude tomou para salvar José Sarney, PMDB-AC e o grupo de dúvidas que está no Poder. E ela ainda quer ser governadora de Santa Catarina.

E vai. Isto pode ser até uma trama. O governo corta as verbas. A senadora não se manifesta, como não se manifestou. Arma-se o circo. E para atender a senadora, o mesmo governo que cortou a verba, arma o palanque outra vez e anuncia a volta de parte das obras e das verbas. E assim vamos. Lula a humilhou, pedindo o voto para Sarney se livrar do Conselho de Ética. Ideli ficou mal na foto. Lula agora, com o truque e a espeteza de sempre, pode a redimir, transformá-la em heroina perante os eleitores. É impossível que esteja querendo enterrá-la ainda mais. A mágica é para ressucitá-la. E a candidata fica com crédtio. Ou não?

O dinheiro para as obras preventivas para a catástrofe foi zerado. Se quer os catarinenses quebrados, pedintes e enganados como se faz hoje com o Porto de Itajaí (nem falo do corte da duplicação da BR-470). Pior cenário ficou mesmo para os nossos deputados e senadores: o corte das verbas parlamentares foi de 50%, bem acima da média nacional que foi de 25%. Por ai, pode-se concluir o quanto vale Santa Catarina e os nossos parlamentares para o governo Federal. Inexplicável. Irretocável.

A indignação é geral. Nada é diferente em Gaspar. Para encerrar este comentário, colo o desabafo de Paulo Henrique Hostert no jornal Cruzeiro do Vale, on line

“O Cara” aquele que é amigo do Hugo Chaves, de Evo Morales, do Rafael Correa, do Sarney, do Collor, do Renan, da Ideli, do Zuchi entre outros, agora vem com essa? Corte de 87% nas verbas federais para obras no Vale do Itajaí. Gaspar perdeu R$ 14,8 milhões destinados à obra do anel viário. No sábado “O Cara” assinou contrato “doando” mais de R$ 300 milhões para o companheiro plantador de coca construir uma rodovia na Bolívia. Enquanto isso, Gaspar sofre mais essa humilhação! Será que algum petista ainda vai ter coragem de falar algo a favor desse governo que não está nem ai para seu povo. E ai Prefeito, o que vai dizer sobre o assunto, qual vai ser sua atitude, em nome de Gaspar? Senadora Ideli Salvatti, (cidadã gasparense) cadê você, esqueceu o caminho de Gaspar? E a Deputada Ana Paula, não vai pedir faixas de apoio ao “Cara” agora? Acorda Gaspar, acorda Santa Catarina, acorda Brasil!

Hostert não se preocupe com Gaspar. Ilhota vai fazer a ponte para os gasparenses e o Anel Contorno, o prefeito Pedro Celso Zuchi já disse que não é prioridade. Ele gosta de congestionamento, acha que a Ditran e seu titulares vão fazer milagres numa cidade sem ruas novas, e com centenas de carros novos licenciados para transitar por aqui. A prioridade é o Orçamento participativo com recursos mínimos para sustentar reuniões e propaganda bem como Plano de Habitação de Interesse Social onde se alimenta precisados. Lá não tem esclarecidos para questionar. Se questionar, perde a chance.

Dos cidadãos e cidadãs, os políticos querem e precisam de votos. E no ano que vem tem eleição. E eles estão contando com a “memória curta” de todos nós. Inclusive a minha.

Ideli Fora?

A tropa de choque palaciana do PT e liderada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, dá sinais claros de que vai entregar alguns aneis para não perder alguns dedos em 2010. Nada a ver com o coincidente problema físico do ex-metalúrgico. Esses sinais estão nos desgastes e na pressão que se faz para manter o ex-presidente da República, o oligarca do Maranhão, o patrimonialista e senador eleito pelo Amapá, José Sarney, na presidência do Senado num ambiente de “Maribondos em Fogo” e que surgiu de uma disputa desastrosa com o próprio PT.

Qual a causa disso tudo? Tudo pelo Poder e a continuidade. Não importa a ética, o ideário, a moralidade, o passado e a própria história do PT. Tudo pela viabilidade da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, numa aliança com o PMDB, hoje o partido mais forte (apesar das divisões) no governo, e em alguns casos, mais influente e acreditado do que o próprio PT. O PMDB exerce bem (e como) neste governo, o papel de moeda de troca (o mesmo que o DEM, ex PFL, fez no governo de Fernando Henrique Cardoso, PSDB). E para isso, o núcleo palaciano já admite não ocupar as cabeças de chapa para a disputa de governadores em alguns estados chaves e até então, com chances ou vitais para o PT. E isto pode incluir Santa Catarina.

Por que? Primeiro porque se a senadora Ideli Salvatti – o projeto mais viável do partido até hoje para uma campanha vitoriosa em Santa Catarina – ficar na tropa de choque do Palácio do Planalto como se quer como a fiel e queridinha do presidente para estas horas difíceis e embaraçosas, como já está, a exposição dela, os desgastes e as incoerências serão inevitáveis e a complicarão de forma irreversível. Segundo, porque as pesquisas mostram que a senadora há muito estacionou em patamares que suscitam dúvidas quanto a alavancagem no ano que vem. Terceiro, é que Ideli sempre está associada a um agente de Lula, uma intermediária, a uma contestadora e não a uma executiva, uma realizadora. É uma dúvida principalmente porque tem mudado de discurso e atitude com frequência. E quarto, pesa agora, com mais clareza o modo do PT agir: bravatas na campanha e uma ação diferente quando é poder, inclusive, a de esquecer “parceiros”.

Todavia, falta combinar isso tudo com o PMDB de Santa Catarina e que já teve uma experiência desastrosa no primeiro governo de Luís Henrique da Silveira com o PT local. Foi por causa dela que LHS seguiu outro caminho para a vitória no segundo mandato e nos braços da chamada tríplice aliança com o DEM e o PSDB. E eles lhes foram fiéis na bonanza e na tempestade, garantindo-lhe a governabilidade, inclusive na Assembleia, o maior calo do primeiro mandato de LHS, apesar da costura que ele fez para dar ao médico Volnei Morastoni, a presidência da Casa.

O que conspira a favor do PT e PMDB em Santa Catarina? É que uma parcela ponderável do PMDB catarinense, por intermédio do ex-vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, não admite ser coadjuvante na campanha de 2010 e não reconhece eventuais acordos dentro da atual tríplice aliança feitas pelo governador Luís Henrique da Silveira. Por enquanto um jogo, cheio de blefes, mas com alternativas claras. E a tão sonhada cabeça de chapa que este PMDB de Pinho Moreira quer, pode estar sendo negociada com a saída de Ideli do páreo, num projeto de poder nacional e local do próprio PT. Neste caso, o PP estaria mais próximo de uma aliança com o DEM e o PSDB, do que o tão anunciado noivado dos Amins com o PT. Quem sonha assim, é o prefeito de Itajaí, Jandir Belini e que no passado lutou por isso com o ex-senador e atual vice-governador Leonel Arcanjo Pavan, PSDB.

Esta é briga de cachorro grande. E não vai ser definida tão cedo. Mas, guarde e confira. Pode dar PMDB na cabeça mais uma vez. Aos cachorros pequenos, restará o papel de sempre: compor a comitiva.

O pouso de Ideli

Finalmente, um assunto interno, delicado e estratégico do PT catarinense (e nacional) vazou: a senadora Ideli Salvatti poderia estar reavaliando a sua candidatura a governadora para as eleições de 2010. A informação de forma clara ( e com grande repercussão) foi dada pelo colunista Cláudio Prisco Paraíso, na coluna que ele assina no jornal “A Notícia”, de Joinville. O inspirador seria o ex-ministro da Casa Civil e guru estratégico do partido, José Dirceu. Ou seja, é algo que veio do núcleo de inteligência do partido. A fonte, um político do círculo do poder e das articulações.

Hoje, quinta-feira, dia 4, o próprio Prisco publica informações contidas num e.mail enviado por José Dirceu em que ele desmente a notícia dada por Prisco. E Prisco esclarece: Dirceu foi pressionado por Ideli e alguns petista a fazer o desmentido (não podia se esperar outra coisa). Ao mesmo tempo, o colunista reconfirmou e assumiu todas as informações que publicou, perante as suas fontes.

Repetindo e esclarecendo então quem ainda tem dúvidas sobre o que estou escrevendo: o PT catarinense (e nacional) está reavaliando a candidatura de Ideli Salvatti ao governo do estado de Santa Catarina. Isto não significa, todavia, que o partido e a senadora tenham desistido do projeto. Mas, para quem já foi apontada como imbatível, é algo preocupante.

Agora: um pouco petulância da minha parte e para a qual peço desculpas antecipadamente aos meus leitores e minhas leitoras. Mas quem leu este blog sabia deste assunto desde do dia 22 de março (há mais de 70 dias). É só revisitá-lo no título em “Ângela ou Ideli?”. Petistas daqui riram. Ninguém desmentiu. Do artigo escrito, não vou repeti-lo na ladainha de argumentos e dúvidas. É só acessá-lo.

A reavaliação de rota se escuda agora nas desculpas da “engenharia de poder e alianças para a perpetuação do PT na presidência da República”. Balela. Tudo se fundamenta nas pesquisas quantitativas onde Ideli estacionou perigosamente há muito tempo e nas qualitativas que mostram que Ideli é percebida como uma ativista, uma bombeira e não como uma estadista, uma realizadora e consistente nos comprometimentos.

Além disso, o PT em Santa Catarina continua pequeno, não se estruturou no mesmo nível de pragmatismo de resultados do nacional. Para complicar os cenários, estão ainda o discurso errático da campanha de Décio Lima, em Blumenau; as dúvidas de Volney Morastoni, em Itajaí; o início complicado Carlito Merss na aliança com o próprio PP em Joinville; o palanque político com a catástrofe ambiental de Novembro; isto para não falar das dificuldades do Sul e do Oeste, apesar da aparente união (pela primeira vez) do PT em torno do projeto Ideli.

Sobre desencontros e incoerências dos companheiros e partido não se precisa ir longe para ver como o próprio PT em Santa Catarina se complica por pouca coisa, torna as coisas mais difíceis e incoerentes quando ele é poder. Basta olhar para os companheiros de Gaspar, apesar de orientados por gente experiente e de fora é uma bola fora todo o dia.

PP e PT juntos em SC?

Esta pergunta já teve uma resposta mais enfática e eufórica há seis meses. A possível aliança e apoio do partido conservador (e que está na base aliada do governo de Luís Inácio Lula da Silva) e da família Amim ao PT e principalmente as pretensões da senadora Ideli Salvatti para ser candidata ao governo do Estado em 2010 por esta presumível coligação, podem estar naufragando. Era previsível. E aqui neste blog e na coluna “Olhando a Maré” do jornal Cruzeiro do Vale, este assunto já foi tratado como possível.

O que não permite a liga? O modo de ser e agir dos dois partidos em Santa Catarina. O PT continua palanqueiro e ainda não encontrou a sua veia pragmática (diferente do âmbito federal). O PP, ao contrário, tem os dois: palanque e resultados, mas seus eleitores foram educados para serem contra o PT e seu modo de agir. As pesquisas qualitativas internas, guardadas as sete chaves, mostram essas realidades. Resultado: a senadora Ideli Salvatti estacionou. Já por conta deste cenário, e na opção por mulher, Ângela Amim vem se mostrando mais viável. O que incomoda o PT e a sua candidata? Estas pesquisas que emplacaram a dúvida, fruto de realidades que o partido e a senadora tentam ou querem mudar.

O PT catarinense parece, finalmente, estar unido em torno deste projeto de poder. Mas, é tarde e pouco. Não convence. Ele e seus atores não mudaram. Continuam assembleístas e geradores de encaminhamentos, como se ainda nanicos fossem. Continuam pequenos nos discursos e nas ações. Prometem o que podem e não cumprem. Prometem o não podem e culpam outros pelos resultados. Escondem as suas próprias fragilidades apontando e se escudando em erros dos outros. Continuam ativistas como se fossem as vestais do exemplo da moral pública e política, apesar das entranhas expostas no âmbito nacional. Em Santa Catarina, por exemplo, o PT já está associado a bravatas e a palanques. E o mais recente está relacionado à catástrofe ambiental de Novembro. Vai desde a esperteza da troca de uma, repito, uma palavra inadequada nos projetos, para justificar a não liberação de recursos emergenciais e solenemente prometidas, até enrolação da limpeza do canal do porto de Itajaí, por exemplo.

Pior. O PT catarinense tem histórico para a instabilidade das alianças que propôs ou para o qual foi convidado. Cito apenas duas. Há um rosário microrregionais e é ai que mora o perigo. A do primeiro mandato de Luís Henrique da Silveira que até deu ao médico pediatra riosulense Volnei José Morastoni, PT, a presidência da Assembleia Legislativa e que o alavancou posteriormente à prefeitura de Itajaí. Luís Henrique comeu o pão que o diabo amassou nesta aliança. E só venceu o segundo mandado com a tal triplice aliança que o PMDB fez com DEM e PSDB. O segundo exemplo é mais recente vem de Joinville onde o professor, economista e deputado de Porto União, Carlitos Merss, PT, se elegeu prefeito. O PP que estava no casamento, está batendo em retirada. Não aguenta mais. Pergunte por exemplo ao deputado joinvilense (Clari)kennedy Nunes. E assim vai. E assim foi. E provavelmente assim será.

Ângela ou Ideli?

A edição deste domingo do jornal Folha de S.Paulo “surpreendeu” o mundo político e os eleitores catarinenses. Segundo a pesquisa do acreditado Datafolha, a deputada e ex-prefeita de Florianópolis Ângela Amim, PP, nas três simulações feitas é a primeira na corrida para ser governadora em 2010. A festejada aniversariante (18.03 e comemorada no sábado) senadora Ideli Salvati, PT, apareceu em segundo – e longe – em duas simulações com Pinho Moreira, PMDB e Leonel Pavan, PSDB, este empatado. Na terceira simulação, Ideli nem chegaria ao segundo turno se a eleição fosse hoje. O prefeito de Florianópolis Dário Berger, PMDB, ganharia esta condição com Ângela.

Nem tudo é defintivo. Ainda faltou o ingrediente DEM e o senador Raimundo Colombo; os voos de renovação de Hugo Biehl, no PP; bem como a propalada aliança PP e PT; além da reedição ou não da tríplice aliança PMDB, PSDB e DEM.

Entretanto, é uma sinalização para os colunistas catarinenses que vivem comentando o mesmo há meses. Ouvindo os de sempre. Eles circulam nos mesmos ambientes de Poder, ou de seus pretendentes. Têm as mesmas fontes (e há anos); ensaiam pouco fora do mesmo círculo.

E a pesquisa ouviu as ruas, os grotões e não apenas as fontes de Florianópolis ou da mesma listinha de telefones.

O PT já sabia que a senadora Ideli Salvati precisa se preocupar com os seus atos, atitudes e os resultados. A imagem de ativista pode servir melhor a quem pleiteia uma vaga no parlamento, mas não ao executivo. É histórico. E a senadora tem esse currículo, o que não invalida o seu senso e a disposição de guerreira. A saída da liderança do Governo Federal já é uma sinalização para esta mudança. Todavia, Ideli vive e quase não administra um instinto de provocar e até de se vingar – e comemorar. É um palanque ambulante. Adora e usa com habilidade microfone, fotógrafos e colunistas para atacar, propagandear e defender causas (justas e injustas).

As pedras do novo desafio para a senadora, a sua equipe e o PT já foram temas aqui no meu blog em 10.03.09 sob o título “Ideli e o Futuro”. Não vou ser repetitivo. Nada mudou. A pesquisa apenas confirmou a análise e mais cedo do que se previa. Era uma observação. Não sou bruxo. Na política, o imponderável deve ser considerado sempre, mas não improvável. Ele é algo da construção, da percepção, é previsível e possível.

Então: surpresas? Nem tanto. Contudo, a notícia pública não poderia ter vindo em momento pior: logo após a comemoração do aniversário da senadora onde se pretendeu dar contornos de campanha e se trouxe para o evento os presidente da Fiesc, da Facisc e da Fecomércio para alavancá-la institucionalmente. A dita credibilidade no meio motor da economia. Aliás, nos bastidores da festa, entre os íntimos da senadora, já circulava e se escondia, a notícia que sairia horas depois na Folha de S.Paulo e que não lhe favoreceria.

Há muito tempo para se mudar todos cenários. E política é fascinante por isso. Hoje, com as mídias e as informações em tempo real, os jogos mudam as massas em questão de poucos dias, de horas até. Então, há tempo. Muito tempo para se rever e se estruturar.

A senadora vai ter que escolher entre ser incendiária ou ser bombeira. Numa situação ela é autêntica e eficaz. Em outra, falta-lhe técnica, equipe e credibilidade. E talvez reside ai a vantagem de Ângela, se a opção do eleitorado for uma mulher. A reflexão agora é do PT, da senadora e da sua equipe. A reflexão também é para os que dominam os cenários, visíveis e invisíveis, deste jogo em busca do Poder.