O governador Luís Henrique da Silveira, PMDB, é um conspirador. Contumaz. Incansável. Ele está conspirando contra uma tese que eu vinha defendendo na contramão dos analistas gabaritados deste Estado: a de que a Tríplice na Poli Aliança não teria o PMDB e que ela, se reeditada, estaria mais próxima até do PP, do que do partido do governador. Ele é um persistente, um paladino, um valente mosqueteiro contra a minha ideia. E ele entende de política porque a faz de verdade e eu apenas lanço e falo sobre ideias. Um expectador. Um eleitor. E as vezes, um palpiteiro, mas com ideias (e que já deram certo).
O blumenauense que fez Joinville ser líder e exemplo de desenvolvimento econômico, social e de oportunidades não é algo intocável naquilo que ele faz e sabe fazer: política articulada para alcançar poder e não apenas local. Já foi o áz de ouro do partido nacionalmente e até hoje é ouvido com respeito por conta disso.
Todavia, a política é um jogo, é feita de ciclos, de blefes e incoerências. É só ver o último desastre que o líder, político e governador Luís Henrique produziu (e dos grandes e até hoje incompreensível em alguns pontos) nas próprias eleições municipais do seu reduto Joinville. Ele importou um candidato para a cidade, o Mauro Mariani; quebrou a “Tríplice” aliança e no fundo favoreceu ainda mais o favorito Carlito Merss, do PT. Agora, recomeçaram os remendos dos frangalhos deixados. Constrangimentos e dificuldades que repercutem em todo o Norte do Estado e não apenas em Joinville. Ecoa por outras paragens. Põem dúvidas ao líder, algoz das minhas ideas.
Voltando. Luís Henrique agora quer me desmoralizar com o poder de reinventar a política, de aglutinar os desgarrados, contrariar os interesses e o jogo pesado do seu próprio partido, uma máquina de ocupar espaços. No primeiro mandato de governador, Luís Henrique fez um pacto de governabilidade com o dogmático,ranzinza e dividido PT daqui. Com a habilidade que lhe é peculiar chegou a “dar” em outro Poder, a presidência da Assembleia ao médico riosulense Volnei Morastoni e que se catapultou a prefeito de Itajaí. O PT infernizou Luís Henrique na tal quase ingovernabilidade (uma lição meio esquecida).
Quando tudo parecia perdido, no segundo mandato apareceu o PSDB e o senador Leonel Arcanjo Pavan. Juras eternas. Venceram. Veio a governabilidade. Também veio o PP com a cassação da vingança. Quase conseguiram. Novas juras e o PSDB e o Pavan salvaram o PMDB e o Governo. Contudo o PSDB e o Pavan contiunuaram, como antes, sempre tortos nos arranjos.
O tempo passa. O tempo voa. E os políticos são diferentes no tempo e no espaço. O PMDB e seu presidente Pinho Moreira, diz agora, exatamente agora na hora da contrapartida, que não jurou nada. E ele está certo. Mas, usufruiu e usufrui de tudo até aqui. E como! Luís Henrique desconversa e diz que nada mudou. É fiel as juras, diz. A dona Ivete que o diga.
O PMDB de Santa Catarina é um pouco diferente do nacional. Lá ele é pragmático, é voltado a “resultados”. Ocupa espaços, faz poder, tem a caciquia na operação e deixa refém o PT na tal governabilidade que também é pragmático. Aqui o PMDB é guloso. Manso faz acordos para chegar ao poder; ocupa, grita e não larga. É histórico modo de operação do PMDB e o seu modo de se relacionar. E parece que só o PSDB não sabia disso. Se correr o DEM pega, se ficar o PMDB come. Luís Henrique acha que não, pois vai precisar de todos para se eleger senador e assim ele vende melhores tempos.
LHS garante que a tríplice terá o DEM e o PSDB. Mas, será que ele já combinou com o PMDB guloso? Ou o Pinho Moreira e sua tropa de choque estão escalados matreiramente pelo partido para bater e assim construir vantagens para um partido que teria que ficar com as desvantagens das antigas juras de amor na busca do poder que exercem? Ou seja, o velho esquema: DEM e PSDB vão ganhar mas não vão levar? Ai já é covardia conspirar contra a minha tese. Assim é fácil conspirar. Ainda bem que só tenho ideias. O poder e a conspiração são com eles.
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