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    "As obras do Ifet de Gaspar estão atrasadas em mais de nove meses para que nele os jovens possam se qualificar e estudar em 2010"
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    Álvaro de Campos

    Poema em Linha Reta

    Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó principes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

    *Álvaro Campos é um dos heterônimos de poeta e escritor português Fernando Pessoa.

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Luís Henrique da Silveira, o Conspirador

O governador Luís Henrique da Silveira, PMDB, é um conspirador. Contumaz. Incansável. Ele está conspirando contra uma tese que eu vinha defendendo na contramão dos analistas gabaritados deste Estado: a de que a Tríplice na Poli Aliança não teria o PMDB e que ela, se reeditada, estaria mais próxima até do PP, do que do partido do governador. Ele é um persistente, um paladino, um valente mosqueteiro contra a minha ideia. E ele entende de política porque a faz de verdade e eu apenas lanço e falo sobre ideias. Um expectador. Um eleitor. E as vezes, um palpiteiro, mas com ideias (e que já deram certo).

O blumenauense que fez Joinville ser líder e exemplo de desenvolvimento econômico, social e de oportunidades não é algo intocável naquilo que ele faz e sabe fazer: política articulada para alcançar poder e não apenas local. Já foi o áz de ouro do partido nacionalmente e até hoje é ouvido com respeito por conta disso.

Todavia, a política é um jogo, é feita de ciclos, de blefes e incoerências. É só ver o último desastre que o líder, político e governador Luís Henrique produziu (e dos grandes e até hoje incompreensível em alguns pontos) nas próprias eleições municipais do seu reduto Joinville. Ele importou um candidato para a cidade, o Mauro Mariani; quebrou a “Tríplice” aliança e no fundo favoreceu ainda mais o favorito Carlito Merss, do PT. Agora, recomeçaram os remendos dos frangalhos deixados. Constrangimentos e dificuldades que repercutem em todo o Norte do Estado e não apenas em Joinville. Ecoa por outras paragens. Põem dúvidas ao líder, algoz das minhas ideas.

Voltando. Luís Henrique agora quer me desmoralizar com o poder de reinventar a política, de aglutinar os desgarrados, contrariar os interesses e o jogo pesado do seu próprio partido, uma máquina de ocupar espaços. No primeiro mandato de governador, Luís Henrique fez um pacto de governabilidade com o dogmático,ranzinza e dividido PT daqui. Com a habilidade que lhe é peculiar chegou a “dar” em outro Poder, a presidência da Assembleia ao médico riosulense Volnei Morastoni e que se catapultou a prefeito de Itajaí. O PT infernizou Luís Henrique na tal quase ingovernabilidade (uma lição meio esquecida).

Quando tudo parecia perdido, no segundo mandato apareceu o PSDB e o senador Leonel Arcanjo Pavan. Juras eternas. Venceram. Veio a governabilidade. Também veio o PP com a cassação da vingança. Quase conseguiram. Novas juras e o PSDB e o Pavan salvaram o PMDB e o Governo. Contudo o PSDB e o Pavan contiunuaram, como antes, sempre tortos nos arranjos.

O tempo passa. O tempo voa. E os políticos são diferentes no tempo e no espaço. O PMDB e seu presidente Pinho Moreira, diz agora, exatamente agora na hora da contrapartida, que não jurou nada. E ele está certo. Mas, usufruiu e usufrui de tudo até aqui. E como! Luís Henrique desconversa e diz que nada mudou. É fiel as juras, diz. A dona Ivete que o diga.

O PMDB de Santa Catarina é um pouco diferente do nacional. Lá ele é pragmático, é voltado a “resultados”. Ocupa espaços, faz poder, tem a caciquia na operação e deixa refém o PT na tal governabilidade que também é pragmático. Aqui o PMDB é guloso. Manso faz acordos para chegar ao poder; ocupa, grita e não larga. É histórico modo de operação do PMDB e o seu modo de se relacionar. E parece que só o PSDB não sabia disso. Se correr o DEM pega, se ficar o PMDB come. Luís Henrique acha que não, pois vai precisar de todos para se eleger senador e assim ele vende melhores tempos.

LHS garante que a tríplice terá o DEM e o PSDB. Mas, será que ele já combinou com o PMDB guloso? Ou o Pinho Moreira e sua tropa de choque estão escalados matreiramente pelo partido para bater e assim construir vantagens para um partido que teria que ficar com as desvantagens das antigas juras de amor na busca do poder que exercem? Ou seja, o velho esquema: DEM e PSDB vão ganhar mas não vão levar? Ai já é covardia conspirar contra a minha tese. Assim é fácil conspirar. Ainda bem que só tenho ideias. O poder e a conspiração são com eles.

O Hospital Não Vai Abrir em Setembro

O novo Hospital de Gaspar não vai abrir em Setembro. Quem garante isso? Os políticos de Gaspar.

A verba federal R$3,5 milhões para equipá-lo que o governo do Estado por sua própria vontade liberou para o Hospital, ainda está parada nos cofres do Município. Está presa na burocracia e no jogo de forças para o Hospital ser um moribundo e pedinte dos políticos como era antes de falir e fechar. Por que? Porque eles (os políticos) e os partidos – inclusive os que não mexeram uma palha por ela -, querem ser os pais da verba e assim enganar os mal informados.

Estão atrás de votos, de manchetes. As favas os doentes, as dores, os sofrimentos, os esquecidos, os pobres e necessitados deste Hospital.

O governador Luís Henrique da Silveira, PMDB, o vice Leonel Arcanjo Pavan, PSDB e o secretário da Saúde, Dado Cheren, vieram aqui no dia 27 de junho entregar o dinheiro. Oito deputados apareceram para sair na foto. Houve até quem reclamou que não tinha faixa agradecendo ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, PT, pela generosa “esmola”, feita toda com dinheiro de todos nós, dos nossos impostos e por gente paga por nós, os políticos escolhidos por nós (pelo voto) para melhor destinar os recursos públicos para as obrigações constitucionais. Deixa para lá. Isto é outra história. E longa.

Voltando. O governador entregou os recursos dia 27 de junho e que automaticamente foi depositado do Fundo Municipal de Saúde. Só dez dias depois, na quarta-feira dia oito de julho, o prefeito Pedro Celso Zuchi, a vice Mariluci Deschamps Rosa, PT, e o secretário da Saúde, Francisco Hostins Júnior, foram à Câmara de Vereadores levar o Projeto de Lei 47/2009. Ele já estava pronto desde o dia três de julho.

Vejam só. O Projeto estava dormindo na mesa do prefeito e da sua vice enquanto o Hospital estava precisando dos recursos para saldar os compromissos assumidos com a compra de equipamentose e utensílios, os quais agora parcialmente estão sendo desfeitos. Compromissos de gente que quer ver o Hospital aberto, diferente, moderno, autosuficiente e servindo a população e não aos políticos com atitudes e sanha antiga, como os velhos coroneis da política.

Por que estava parado o Projeto? Estratégia de marketing. Porque o PT queria fazer propaganda com o dinheiro de todos os cidadãos e cidadãs para as necessidades de Gaspar. Esperou pela visita da deputada Ana Paula Lima. E ai, a comitiva foi então visitar o presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP. Logo ele que tem liderado as ações em favor do Executivo no Legislativo. Lá fizeram um encontro, fotos e uma nota para a imprensa registrando o ato.

Leia este trecho do press release que a Câmara mandou para os veículos de comunicação e conclua você mesmo, leitor, leitora, eleitor e eleitora: “A visita teve como assunto principal, o protocolo do Ofício do Gabinete do Prefeito, pedindo aos senhores vereadores, a urgência na análise e aprovação do Projeto de Lei que autoriza o município de Gaspar a conceder repasse social ao Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” (o grifo é do próprio release).

Conclusão. Até este momento em que posto esta nota no meu blog, 13 dias depois do governador ter entregue os recursos para o Município e há dois dias do Prefeito ter entregue o Projeto ao presidente da Câmara, José Hilário Melato não convocou nenhuma sessão extraordinária para analisar este assunto. É que os vereadores estão em férias. O Hospital vai continua esperando apesar dos muitos apelos que já fez a vereadores e inclusive ao próprio Melato para uma solução.

Todos conhecem a situação do Hospital. Sabem de suas obrigações.

Se o prefeito Pedro Celso Zuchi, a sua vice Mariluci Deschamps Rosa e o secretário Hostins estivessem mesmo interessados em liberar esta verba para o Hospital o mais rápido possível e assim contribuir decisivamente para a sua reabertura, eles teriam feito um gesto eloquente pelos gasparenses no dia em que o governador estive aqui. Sob o testemunho de todos, entregariam o Projeto de Lei ao próprio presidente da Câmara para encurtar a conversa e este uso político desta verba pela qual nem o prefeito, a sua vice, o presidente da Câmara, a deputada que o acompanhou, ou a Senadora Ideli Salvatti também citada em discursos, contribuiram para a vinda.

Aquele gesto e que não aconteceu, o de levar o Projeto no dia da entrega da verba pelo governador, se praticado, teria sido a de um estadista, acima das picuinhas e em favor da comunidade. E dele, naturalmente, renderiam reconhecimento e dividendos políticos, como quer o PT a qualquer custo.

Por outro lado. A Senadora foi clara durante a audiência pública para as emendas da bancada Federal e realizada no ano passado em Blumenau: o Hospital primeiro precisa pactuar ou pagar os seus impostos federais que estão atrasados para depois ter acesso a qualquer recurso Federal. Segundo: os recursos federais para a Saúde vão para o governo do Estado e é lá que vocês devem trabalhar para trazê-los ao Hospital de Gaspar. Foi o que se fez.

Primeiro acertou-se as dívidas com o governo Federal. Ou seja, colocou-se dinheiro de todos os cidadãos e cidadãs nos cofres do governo Lula. Depois o presidente do Conselho, Celso Oliveira; o atual gestor da reconstrução e indicado pela Bunge, Sérgio da Costa, bem como o presidente da Acig, Samir Buhatem afundaram o caminho para a Secretaria Regional de Desenvolvimento e o Paulo França, PMDB. Os R$5 milhões pretendidos e necessários fugiam a cada dia.

Um outro caminho de reforço e sensibilização foi tentado. E desta vez direto com o secretário da Saúde, Dado Cheren, com a ajuda dos deputados Rogério Peninha Mendonça, PMDB, e Giancarlo Tomelin, PSDB. Este último convenceu o secretário a vir a Gaspar e visitar o Hospital. Foi uma visita técnica, sem comitivas de políticos. Deu certo. O secretário ficou impressionado e ali mesmo diante da imprensa prometeu a liberação de R$2,5 milhões e o estudo de mais um outro R$1 milhão. E vieram os R$3,5 milhões. O resto é fantasia. Até porque na maioria dos casos em sou testemunha ocular.

E por que tanta dificuldade para liberar esses recursos federais via o governo do Estado? Porque o governo do Estado tinha outra destinação. E ninguém do PT ou do governo Federal carimbou a verba. Ou seja, ao liberá-la para o governo do Estado, indicou onde parte dela queria ou deveria ser investida.

Acorda Gaspar

Ideli Fora?

A tropa de choque palaciana do PT e liderada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, dá sinais claros de que vai entregar alguns aneis para não perder alguns dedos em 2010. Nada a ver com o coincidente problema físico do ex-metalúrgico. Esses sinais estão nos desgastes e na pressão que se faz para manter o ex-presidente da República, o oligarca do Maranhão, o patrimonialista e senador eleito pelo Amapá, José Sarney, na presidência do Senado num ambiente de “Maribondos em Fogo” e que surgiu de uma disputa desastrosa com o próprio PT.

Qual a causa disso tudo? Tudo pelo Poder e a continuidade. Não importa a ética, o ideário, a moralidade, o passado e a própria história do PT. Tudo pela viabilidade da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, numa aliança com o PMDB, hoje o partido mais forte (apesar das divisões) no governo, e em alguns casos, mais influente e acreditado do que o próprio PT. O PMDB exerce bem (e como) neste governo, o papel de moeda de troca (o mesmo que o DEM, ex PFL, fez no governo de Fernando Henrique Cardoso, PSDB). E para isso, o núcleo palaciano já admite não ocupar as cabeças de chapa para a disputa de governadores em alguns estados chaves e até então, com chances ou vitais para o PT. E isto pode incluir Santa Catarina.

Por que? Primeiro porque se a senadora Ideli Salvatti – o projeto mais viável do partido até hoje para uma campanha vitoriosa em Santa Catarina – ficar na tropa de choque do Palácio do Planalto como se quer como a fiel e queridinha do presidente para estas horas difíceis e embaraçosas, como já está, a exposição dela, os desgastes e as incoerências serão inevitáveis e a complicarão de forma irreversível. Segundo, porque as pesquisas mostram que a senadora há muito estacionou em patamares que suscitam dúvidas quanto a alavancagem no ano que vem. Terceiro, é que Ideli sempre está associada a um agente de Lula, uma intermediária, a uma contestadora e não a uma executiva, uma realizadora. É uma dúvida principalmente porque tem mudado de discurso e atitude com frequência. E quarto, pesa agora, com mais clareza o modo do PT agir: bravatas na campanha e uma ação diferente quando é poder, inclusive, a de esquecer “parceiros”.

Todavia, falta combinar isso tudo com o PMDB de Santa Catarina e que já teve uma experiência desastrosa no primeiro governo de Luís Henrique da Silveira com o PT local. Foi por causa dela que LHS seguiu outro caminho para a vitória no segundo mandato e nos braços da chamada tríplice aliança com o DEM e o PSDB. E eles lhes foram fiéis na bonanza e na tempestade, garantindo-lhe a governabilidade, inclusive na Assembleia, o maior calo do primeiro mandato de LHS, apesar da costura que ele fez para dar ao médico Volnei Morastoni, a presidência da Casa.

O que conspira a favor do PT e PMDB em Santa Catarina? É que uma parcela ponderável do PMDB catarinense, por intermédio do ex-vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, não admite ser coadjuvante na campanha de 2010 e não reconhece eventuais acordos dentro da atual tríplice aliança feitas pelo governador Luís Henrique da Silveira. Por enquanto um jogo, cheio de blefes, mas com alternativas claras. E a tão sonhada cabeça de chapa que este PMDB de Pinho Moreira quer, pode estar sendo negociada com a saída de Ideli do páreo, num projeto de poder nacional e local do próprio PT. Neste caso, o PP estaria mais próximo de uma aliança com o DEM e o PSDB, do que o tão anunciado noivado dos Amins com o PT. Quem sonha assim, é o prefeito de Itajaí, Jandir Belini e que no passado lutou por isso com o ex-senador e atual vice-governador Leonel Arcanjo Pavan, PSDB.

Esta é briga de cachorro grande. E não vai ser definida tão cedo. Mas, guarde e confira. Pode dar PMDB na cabeça mais uma vez. Aos cachorros pequenos, restará o papel de sempre: compor a comitiva.

Ideli, a incoerente.

A senadora por Santa Catarina, Ideli Salvatti, PT, é um poço de incoerência. Penso que isso é reflexo do espelho a que ela está sumetida e exposta para o partido, o governo, o Presidente um bravateiro contumaz e à própria governabilidade para se perpetuar no Poder.Todavia, a repetição desta situação, das sucessivas incoerências que se estabelece, a tornará, penso, frágil no palanque para a sua legítima e possível pretensão de ser candidata a governadora dos catarinenses em 2010.

Nem vou escrever mais (já o fiz neste blog e na coluna do jornal Cruzeiro do Vale) daquele silêncio comparsa da queixa pública do Presidente Lula de que não sabia de nada das obras de recuperação do porto de Itajaí SC, as quais se arrastam há sete meses em desculpas e prejuízos aos catarinenses. Vou escrever sobre o episódio de ontem, terça-feira, quando a senadora como líder do governo de Luís Inácio Lula da Silva, foi à tribuna defender o presidente da Casa, o ex-presidente da República, o chefe da clã oligárquica política maranhense, mas eleito senador pelo Amapá, José Sarney, do PMDB.

É briga de cachorro gordo. Então eu não vou escrever sobre a oligarquia e privilégios da família Sarney e que o PT já combateu. Coisas de Maribondos e fogueiras. Exporei outras incoerências mais práticas, factuais e pragmáticas para escapar do ideológico. Primeiro: por que essa devassa no Senado? Porque o PT de Ideli Salvatti, perdeu a presidência da Casa no embate com o médico e senador acreano Tião Vianna (Sebastião Afonso Viana Macedo Neves). Segundo. Por que o escândalo? Porque o PT, como um mau perdedor como sempre saiu por ai dando “pistas” nos bastidores, por detrás dos panos. Por sua máquina e militância ranzinza, vez vazar, “pequenas coisas” daquilo que se fazia e se sabia, mas se encobria por anos na instituição Senado. Tudo para se vingar, para jogar por espaços no jogo do Poder e asssim enfraquecer o novo presidente do Senado. O PT é assim.

Terceiro: deu tudo errado ao que parece nos planos do próprio PT e quem sabe do próprio governo. Era para dar apenas “um susto”, digamos assim e parece que vai dar morte. O pouco que se “vazou” ou se “sinalizou” nos bastidores para a imprensa, para após então na publicidade se estabelecer uma moeda para a chantagem e a ocupação do Poder perdido, virou algo incontrolável com a capacidade investigativa que tem hoje esta mesma imprensa e alguns profissionais que nela se estabeleceram diferencialmente.

O Senado ficou exposto. Os senadores também. O Governo igualmente. E ai o PT resolveu agir, ou pelo menos fingir, pela voz da líder do Governo, Ideli Salvatti.

Veja o que Ideli disse ontem na tribuna do Senado e que os jornais estampam hoje e ontem a noite as redes de tevês exibiram. A senadora classificou tudo como “ondas de denúcias”. E pode até ser uma onda. A primeira incoerência: mas quem iniciou esta onda de denúncias? Nao foi o próprio PT? “O que está vindo a público é coisa que tem muito tempo, não é nada recente, é muito antigo. E tudo tem muitas mãos, tem a participação de muitos”, disse ela.

Certo. A segunda incoerência: a senadora concorda com essa esbórina e quer ver tudo abafado só pelo fato de ser antigo? Não é o PT que defende a transparência? Denúncias não são feitas para serem apuradas? Como o PT desqualificou a velha elite política? Não foi com denúncias? Este será o discurso de Ideli na próxima campanha aqui em Santa Catarina? Duvido.

Ideli foi mais longe.”Eu vou defender na bancada que nenhuma medida pode ser adotada contra qualquer um dos senadores”. E foi. Na reunião de ontem a noite o PT saiu dividido (como sempre) e sem nenhuma posição sobre o assunto (parece até coisa do PSDB). Vale uma pergunta, ou mais. A bancada não deu ouvidos para a líder do Governo? Ou ela foi à tribuna apenas fazer teatro, no papel que lhe cabe como líder do Governo, para assim amenizar na relação de dependência que o Governo tem e precisa nas duas casas (Câmara e Senado) do PMDB?

Ainda de acordo com Ideli “Ninguém pode ser acusado, afastado, antes que as investigações sejam concluídas. Senão não vamos resolver nada. Continuaremos lendo essas matérias [de denúncias] até que o Senado se inviabilize”. A senadora está preocupada pois o Senado está parado naquilo que é essencial: legislar e a favor do Governo.

Ela está certa neste segundo ponto, mas é incoerente mais uma vez: quem começou tudo isso? Se tem problemas, já comprovados, porque resistir a saneá-los? A paralisia da sessões deliberativas está toda em função destes problemas que se enrolam em reuniões do abafa, da proteção e das intenções secretas; nada se resolve e tudo parece estar fora daquele controle antigo, mas que se quer abafar.

E para encerrar e mostrar como o rei está nú, colo esta observação. É uma carta de um leitora (e eleitora, certamente não catatarinense) publicada na edição de hoje da Folha de S.Paulo. “Acabo de assistir pela TV Senado ao discurso de Ideli Salvatti (PT-SC), em que ela disse que as ilegalidades no Senado já vêm ocorrendo há muito tempo. Se ela sabia dessas falcatruas por que nunca denunciou? É mais fácil ser conivente?” NILZA PEREIRA RUBO (São Paulo, SP)

A continuar exposta como está, em assuntos com comprovadas dúvidas e incoerências, a senadora Ideli Salvatti vai se comprometendo na imagem do sonho e do desafio do PT de ser governo em Santa Catarina por seu intermédio. Os mais próximos dela jogam com a fraca memória dos eleitores e eleitoras e o que eles dizem ser uma “torrente” de obras e recursos do governo Federal em seu socorro para fortalecer o seu palanque. Será?

O Hospital de Gaspar e os Políticos

O Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Gaspar, está fechado. Ele tem uma história de sofrimento (não apenas das pessoas doentes que o procuravam). Ele sempre foi um pedinte, um moribundo, um enjeitado (inclusive por médicos). Menos para os políticos para usá-lo para fazer política rasteira, dar empregos e até prover assistencialismo mesmo sabendo que com isso contribuíam para a sua morte gerencial, financeira e na sua finalidade de salvar vidas. Uns faziam isso sob disfarces: dizendo que estavam salvando-o para o povo e outros, enfraquecendo-o para poder culpar adversários nos discursos. Uma vergonha.

Um dia, sucateado o Hospital fechou. Os próprios médicos manobraram para isso e foram à Justiça.

Corajosamente, a Acig principalmente via a Bunge Alimentos, o CDL, a Ampe, o Rotary, o Lions e a Imprensa decidiram mudar a história do Hospital que teve no passado um herói: o Frei Godofredo. Ele uniu a cidade em torno desta causa. Os corajosos de hoje, ao contrário de Frei Godofredo, lutaram contra muitas opiniões contrárias e pressões, ainda não conseguiram a união. Dificilmente conseguirão. Primeiro eles fecharam o Hospital para reconstruir e modernizá-lo e assim, dentro de um novo contexto, entregá-lo à população do Vale. Não estão apenas reconstruindo-o fisicamente, estão saneando nas suas dívidas, dúvidas e aproveitadores de sempre do caos (e que não é gente humilde não).

Foram tempos difíceis e desconfianças. E ainda não superados. Gente que luta até pela não vinda de verbas e doações. Incrível.

Agora, o Hospital aberto parece mais real para os céticos, os críticos e os que são sempre contra Gaspar ser grande e competitiva no Vale do Itajaí. E os primeiros a perceberem isso foram os políticos. Apareceram oito deputados estaduais no sábado na entrega da verba federal pelo governador Luís Henrique da Silveira, PMDB, de R$3,5 milhões para reequipar o Hospital. E cada um dizendo-se pai da verba. E pior que tem político gasparense que alimenta isso. Uma vergonha.

Eu sei de tudo porque não sendo político, com outros, fui também atrás desses recursos. Apesar de serem federais, em nenhum momento, nenhum político ou entidade federal disse ao governdo do Estado que o Hospital deveria receber esta, num valor maior ou menor, ao que a secretaria de Saúde do estado lhe destinou. Nem quem reclamou em público no discurso agiu neste sentido. Apenas teve a coragem de discursar com a observação obcena da paternidade. Esses políticos precisam do Hospital não para se curar ou deixá-lo vivo para atender a população, mas moribundo, mendigo e mal administrado para terem discursos, palanques, causas e plateias desinformadas, inconformadas ou partidárias nas suas manifestações. Acorda Gaspar.

Para encerrar, fico com a observação pública do vice-governador, Leonel Arcanjo Pavan, PSDB, respondendo a falta de respeito de determinados políticos para com o hospital: “este dinheiro é do povo, é constitucional, é dos impostos de todos nós. Ninguém é pai deste dinheiro, senão as pessoas. Estamos apenas retornando ao povo para o melhor uso que é a Saúde”.

Lição? Não. É o exercício do óbvio, na minha opinião.

O Péssimo Exemplo de Uma Secretaria

0_521928001194445719_turismo_pequena A Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio de Gaspar e seu titular Rodrigo Fontes Schramm são o retrato acabado das incoerências e dúvidas da atual administração municipal liderada por Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT. Coisa antiga de companheiros e que já causou uma derrota para o partido há mais de quatro anos. Aprendizado? Até aqui parece ser zero. Então vamos a uma pequena lista destes menos de seis meses de governo.

Nome da secretaria. Deveria ser pela importância: Indústria, Comércio e Turismo. Está em Gaspar a sede administrativa e uma unidade de processamento da maior indústria de alimentos do país, a Bunge e que contribui com uma parcela altamente significativa para o orçamento do Município. A maior empregadora individual em Gaspar é uma indústria: a Linhas Círculo. O comércio ainda gera maior receita e empregos para o Município se comparado com o setor turístico.

Outra: a sede da secretaria. Saiu de uma própria (foto acima e que ainda está no site oficial desorientando os turistas que procuram este meio de comunicação), defronte o Ginásio João dos Santos, na entrada da cidade. É um receptivo normal em qualquer parte do mundo. Ela foi para uma casa alugada no centro congestionado e confuso da cidade. Só para o secretário estar perto da prefeitura, do poder e de outras coisas profissionais. Comodidade e gastos extras pois no novo endereço paga-se aluguel, dinheiro a menos do contribuinte para escolas, creches, saúde, pavimentação etc.

A secretaria de Turismo, Indústria e Comércio desconhece e não consegue integrar o calendário de eventos da cidade (se é que ele existe). Exemplo? Na semana passada houve a maior saia justa e quase nada veio a público por conta de um compadrio. A nossa tradicional Festa de São Pedro, marcada há um ano, foi mudada. Ela estava no calendário para primeiro a cinco deste julho. A secretaria de Turismo, pelo jeito feita de turistas ou desorganizados ou impositores das suas vontades, marcou para as mesmas datas o Festival de Inverno – Festiver – e a ExpoGaspar. Pode? Pode sim. Desespero. Vai daqui e dali. Mal estar. Acusações. Desculpas. Ajusta-se. Final da história: a Festa de São Pedro se submeteu aos erros dos outros (da secretaria) e foi antecipada. Ela acontecerá agora nos dias 24 a 28 de junho.

Outra? Na quarta-feira, dia 10, aconteceu o pregão 94/2009 “para contratação de empresa especializada na organização e promoção de eventos”. Ele envolve todas as secretarias, mas principalmente a Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio. Valor? R$1,7 milhão. Isso mesmo. Para quem reclama que não tem dinheiro para a recuperação da catástrofe ambiental de Novembro e o reajuste mínimo do funcionalismo público municipal, é uma dinheirama sem fim e para ser usada em festas, festanças, coquetéis e outros quetais. O assunto é um mistério. Não está claro. Desde o “genérico” edital que foi publicado. O pregão foi impugnado. Como envolve terceirizações e comissões por conta disso, normalmente há os acertos entre os participantes. E a impugnação, em alguns casos, é parte do jogo e dos acertos. Falta o Ministério Público se interessar por este assunto e pedir esclarecimentos em nome da sociedade.

Mais outra. A Câmara de Vereadores aprovou em primeira votação na terça-feira, dia nove, o PL 13/2009. Vai agora a segunda votação. São verbas destinadas a entidades que por um critério existente, só podem, as entidades, ter acesso a esses recursos municipais após a análise e a aprovação do Comtur – Conselho Municipal de Turismo. Pois o tal PL 13 sofreu um enxerto quando foi para a Câmara. Isso mesmo. Apareceu uma verba de R$10 mil para a Ampe – Associação das Micro e Pequenas Empresas. O vereador Claudionor de Souza, PSDB, até pediu vistas para saber se a tal ata do Comtur continha esta expressa autorização, mas recuou. Em vez da ata em que o Comtur aprova a tal verba para a Ampe (fato que não aconteceu), aceitou-se um ofício da Ampe pedindo e justificando os recursos para a secretaria de Turismo, Indústria e Comércio. Dois documentos completamente diferentes. Além de estar fora da regra, cheira uma ação entre amigos.

Está no site da entidade, a Ampe, e o próprio presidente José Eduardo de Souza confirma: o tesoureiro dela é o secretário de Turismo Rodrigo Fontes Schramm e a diretora da Indústria Ampe, Maria Bernadete de Souza, é diretora de Indústria na secretaria de Turismo do secretário Rodrigo. Até hoje nenhuma Assembleia foi convocada e se realizou para mudar este status legal. Não que a Ampe não mereça a verba. Não é essa questão que se discute aqui. Mas, a forma torta qu tenta obtê-la. Ou seja, com um jeitinhos e as espertezas do secretário, da Administração municipal e com aval da própria Câmara, poder que deveria fiscalizar esses desvios. Ou seja, fizeram, incluindo os vereadores, dos membros e das regras do Comtur um conjunto de bobos.

Quem fiscaliza tudo isso se a Câmara pactua do jeitinho e do erro?

Querem mais duas outras incoerências da Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio, bem como da atual Administração que avaliza esse tipo de coisa? Proibiu-se o escritor gasparense, Dario Beduschi de vender seus livros num final de semana num pedaço de calçada do Centro da cidade; mas em seguida permitiu-se que índios do Mato Grosso do Sul na mesma calçada, vendessem aqui suas ervas e lendas de curas que beiram o charlatanismo. Recentemente a Secretaria lançou um projeto turístico para as margens do Rio Itajaí Açu. Muito boa idéia. Todavia, muito pouco para uma Administração que permite construções irregulares as margens desse mesmo rio; fecha ruas para privilegiados ao arrepio da Lei; doa áreas verdes e comunitárias de loteamentos residenciais, mas para ocupação comercial contrariando o estatuto das cidades, o plano diretor e o bom senso de uma cidade que se diz turística. Pior, sob a tutela da legalidade dada pela Câmara onde foi parar o assunto. Acorda Gaspar.

Para finalizar. Este mesmo artigo, mas de forma suscinta (devido as restrições de espaços) foi tema hoje, sexta-feira, de uma coluna especial do “Olhando a Maré” no jornal Cruzeiro do Vale. Sobre ela, recebi este e.mail do secretário Rodrigo Fontes Schramm: “finalmente agradescer aos críticos que nos fazem entender nossos erros, dando-nos possibilidade de corrigí-los” – trecho de minha fala no lançamento da VIII ExpoGaspar da qual infelismente você não se fazi presente. No mais, fizemos o convite para que nos visite na sede da Secretaria de Turismo Indústria e Comércio (nome alterado por meu antecessor) para quaisquer esclarecimentos, pois não temos nada a esconder”.

Respondo: o secretário Rodrigo Fontes Schramm não me deve nenhuma resposta. Ele ocupa um cargo público e é à sociedade que ele deve permanente transparência, discurso que sempre teve na ponta da língua na campanha eleitoral e do qual concordo plenamente (com a prática do discurso).

Sintraspug está na Bahia

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – Sintraspug – acaba de dar sinais de vida. Enviou um e.mail de uma reportagem que foi editada no portal G1: “Professores param e deixam 220 mil sem aula na Bahia”. O que quer dizer o presidente Sérgio Luís Batista Almeida e o vice, o companheiro Jovino Emir Masson com este gesto?

Provavelmente, o Sintraspug quis dizer que em “casa de ferreiro, o espeto é de pau“, ou que “pimenta nos olhos dos outros é refresco”. Só pode ser. Ou então, está tentando cobrar algo que a própria categoria não sabe direito o que é. Ou está assumindo a culpa pelos resultados pouco favoráveis das últimas negociações. Ou é algum encaminhamento?

Os professores e professoras da Bahia pararam, segundo o e.mail que o Sintraspug enviou, porque pediram 9%, apenas 9% e ainda não obtiveram resposta do governo sobre o assunto. Aqui, os servidores até pararam em algo bem organizado, apesar da pressão do governo sobre as lideranças. Impressionou. Mandaram o recado. O pessoal prefeitura se coçou. E foi só. Depois a máquina do Paço engoliu o Sintraspug, literalmente. Sequer aventou-se a hipótese de ir a Justiça para a arbitragem do assunto, fato que preocupava os articuladores do lado do prefeito Pedro Celso Zuchi, a sua vice Mariluci Deschamps Rosa e o próprio PT.

Não vou comparar a Bahia, governada hoje pelo PT (Jacques Wagner) e onde se pode ir para as férias, se se tiver dinheiro e reajuste mínimo nos vencimentos. Vou ficar no nosso quintal: Blumenau (da coligação Dem, PMDB, PP e PSDB), por exemplo, que tem os mesmos problemas como alegados por aqui para conter o reajuste pedido: desacelaração econômica por ser uma cidade industrial, queda na arrecadação de tributos por conta da crise econômica e problemas, maiores e mais graves para se reeguer da catástrofe ambiental de Novembro.

Lá, Blumenau, os servidores pediram 10% de reajuste e recomposição das perdas nos vencimentos; aqui o pedido foi de 15%, um exagero ingênuo ou proposital para a conjuntura. Lá a contraproposta foi exatos 5,83% do Índice Nacional dos Preços aos Consumidores (INPC); aqui contraproposta mínima e fora de propósito foi de 1,5%. Ambos, penso eu, mostraram com os gestos extremos a sincera falta de seriedade para com o assunto.

Ao final em Blumenau, prevaleceram os 5,83% de reajuste. É certo, como é do script, as lideranças sindicais não gostaram, mas a categoria aceitou. Em Gaspar, 1,5% em Maio, outros 1,5% em julho e talvez, veja bem, talvez, os restantes 2,83% para se completar os 5,83% (e que Blumenau já concedeu integralmente), em outubro, se houver caixa na prefeitura. E para isso, foi constituída uma comissão de acompanhamento da situação. Como se vê, o Sintraspug e os servidores de Gaspar pederam se comparados a Blumenau (e não a Bahia). Todavia, acharam um bom negócio diante das circunstância. Afinal tinham apenas 1,5%, conseguiram o dobro: mais outro 1,5% e comsorte podem até ter 2,83%.

Os servidores de Gaspar, com os quais falei sobre o assunto, esperam sim e.mails (e outras comunicações) do Sintraspug. Mas de explicações dessas situações e não da Bahia; esperam e.mails que expliquem por exemplo como está funcionando a comissão de fiscalização que foi criada para acompanhar as finanças, as nomeações e as modificações do orçamento do Município e que estão passando a rodo pela Câmara de Vereadores, sem questionamentos, e que podem afetar os pedidos dos servidores no futuro, inclusive a concessão ou não dos 2,83% faltantes.

Talvez, o Sintraspug queira ira Bahia mostrar os seus dotes de negociação e fiscalização, ou então ver o que a baiana tem. Ai tem.

Denúncia de Compra de Votos

Esta história não vai terminar bem. Alguém vai perder. Quando se pensava que as dúvidas e disputas da campanha eleitoral municipal já estavam sepultadas, eis que resolveram descobrir o defunto. E o assunto pode render e feder.

Não é que ontem, terça-feira, a tarde, uma Notícia Crime foi protocolada no Fórum de Gaspar sob o número 29849/2009. Ela é contra o prefeito eleito Pedro Celso Zuchi, a sua vice Mariluci Deschamps Rosa, os vereadores Alfonso Bernardo Hostert e Jorge Luís Wiltuschning, todos do PT, bem como Raul Schiller, do PMDB. O autor é Ivan Carlos Schmitt, morador da rua Itajaí, mas na peça diz que esta rua fica no bairro Sete de Setembro pela nova divisão de bairros da cidade.

Qual o crime? Corrupção eleitoral. Como foi tipificado pelo autor (noticiante), que não é advogado, é industriário? O artigo 299 da lei eleitoral 4737/65. O que ele diz? Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa. Quem é o advogado da causa? Aurélio Marcos de Souza, ex-procurador do Município na gestão do ex-prefeito Adilson Luís Schmitt, PSB.

O que vai acontecer agora? Não sei. O pedido está com o Juiz Eleitoral Sérgio Agenor Aragão. Ele vai dar conhecimento a Promotora Eleitoral Jussara Vianna. A Notícia Crime se fundamenta em 26 depoimentos registrados no Ofício Civil de Registro das Pessoas Naturais e Tabelionato de Ilhota. Os depoimentos são de moradores da localidade denominada de Marinha, invadida e parcialmente urbanizada e que fica no Bairro Bela Vista.

Secretário Hostins no hospital

O secretário da Saúde de Gaspar, o advogado Francisco Hostins Júnior, vistou hoje as obras do nosso Hospital. Ele acompanhou a visita do secretário da Saúde de Santa Catarina, Dado Cheren. Presentes ainda, o presidente do Conselho do Hospital, Celso de Oliveira; o presidente da ACIG, Samir Buhatem; o líder do grupo gestor das obras, Sérgio da Costa; e o deputado estadual, Giancarlo Tomelin, PSDB, que intermediou a visita.

Os detalhes dela estarão no jornal Cruzeiro do Vale de amanhã. Júnior participou da reunião dos prefeitos e secretários municipais da saúde da região da AMMVI com Dado Cheren, nesta manhã na Secretaria de Desenvolvimento Regional. A inciativa foi do prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing,DEM. Nela, Kleinübing reforçou mais uma vez a importância que tem o hospital de Gaspar para região e ele o quer aberto o mais rápido possível.

A iniciativa de convidar o secretário de Gaspar para receber Dado Cheren, em Gaspar, foi minha. O prefeito, Pedro Celso Zuchi, PT, cumprindo outra agenda, não esteve presente nos encontros de Blumenau e de Gaspar.

O Governo do Estado só me atrapalha

Este é o título de uma entrevista com Camilo da Silva Oliveira, diretor da melhor escola estadual de São Paulo, no Enem. Ele afirma que o colégio se destacou por méritos próprios. Ela foi publicada na segunda-feira, dia 4, na Folha de S.Paulo. Publico-a no meu blog para a reflexão da sociedade que permite, e principalmente dos governantes que fazem e insistem na política partidária para algo que lida com o nosso futuro e atinge inocentes: crianças e jovens estudantes.

Lá, o professor critica o governo estadual, de José Serra, PSDB e outros antecessores. Mas, aqui, nada é diferente. Nos municípios a cada troca de governo, cabos eleitorais, apaniguados, protegidos e os mamadores de sempre são “premiados” para dirigir escolas e promover o ensino, estejam ou não eles preparados para esta “liderança”. É o chamado aparelhamento, a ocupação partidária. Uma desgraça. É o aprendizado real vivenciado por crianças, jovens e comunidade do jeitinho que forma cidadãos e cidadãs tortos e políticos vesgos.

As indicações, escolhas e disputas do posto (ou cargo?) de direção das escolas públicas – mesmo nas que estão caindo aos pedaços sob todos os aspectos, inclusive os morais e técnicos – ou por eleições diretas com cunhos ideológicos ou pelo mecanismo de indicação partidária têm características de crime contra a humanidade, contra o Brasil na minha interpretação. Quem devia dirigir uma escola deveria ser o mais competente, o mais atualizado, o reconhecido líder que consegue fomentar interesse e inovação, aquele que conduz, fascina e induz crianças e jovens ao saber, orientado por princípios éticos e de cidadania, estimulando pares e subordinados para o mesmo objetivo.

Ah eu sei: é um sonho. E é exatamente por isso que ele deve ser um objetivo. Ou vamos construir e estabelecer pesadelos para as nossas vidas e a da juventude? Mas, vamos à entrevista do professor. Ela é muito mais interessante e reveladora do que as minhas observações. É de alguém que vive na carne o problema e não desistiu do sonho, um sonho que compartilha com crianças e jovens e que no fundo dá resultados diferenciados principalmente para essas crianças e jovens.

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

O DIRETOR DA MELHOR escola da rede estadual de São Paulo no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) afirma que seu colégio se destacou no sistema “apesar” dos governos. “O Estado só me atrapalha”, afirma Camilo da Silva Oliveira, 57, que dirige a escola Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra (Grande São Paulo).
Formado em história pela USP, Oliveira dirige a unidade há 22 anos. Ele conta que criou um currículo próprio, uma vez que a rede estadual não tinha algo semelhante, e não utiliza programas do governo como formação de professores, salas de informática ou atividades como feira de ciências.
Prestes a se aposentar, o diretor diz não ver “caminho” para a escola pública, que dependerá “de talentos isolados”.

Abaixo, a entrevista feita com Oliveira na última quinta-feira, em que ele abordou como funciona seu colégio, primeiro da rede estadual paulista, mas apenas o 2.596º melhor do país (média 58,5, em 100 pontos). A Secretaria da Educação do governo José Serra (PSDB) não quis comentar as críticas.

FOLHA – Por que a escola teve a melhor nota da rede no Enem?
CAMILO DA SILVA OLIVEIRA – É um trabalho de 22 anos, que resistiu a sucessivas trocas de governo e de secretários.

FOLHA – No dia-a-dia, o que a sua escola tem de diferente?
OLIVEIRA – Um eixo pedagógico, o rol de conteúdos [currículo], uma sequência de conteúdos. Fui pesquisar, porque o Estado não tinha subsídio para isso. Pesquisei escolas particulares e vestibulares de ponta. O Estado nem desconfiava desse rol. E hoje, 20 anos depois, ainda nem desconfia [o currículo começou a ser implementado na rede estadual em 2008]. Cada governo tem um modismo. Por exemplo, se fala em escola de tempo integral quando a escola não consegue funcionar quatro horas diárias [excesso de aulas vagas]. Tem também o projeto de informática, uma bobagem. Se tenho 17 máquinas e 40 alunos, o que os outros 23 ficarão fazendo? Posso bolar um esquema para fora do período, mas sem achar que irá melhorar a qualidade de ensino.

FOLHA – O sr. então tem uma escola que não segue a rede.
OLIVEIRA – Aqui é uma escola maldita, que vai contra os modismos de cada secretário. Depois da Rose Neubauer [gestão Mario Covas], em que as escolas perdiam aulas para treinamento de professores em horário de serviço, veio um que nem sabe o que é rol de conteúdos [Gabriel Chalita, gestão Geraldo Alckmin]. A escola, que já não funcionava, ficava uma semana em feira de ciências ou excursões para zoológico. Melhora o ensino? Vi que era fria e tirei a escola disso. No governo Serra, temos o terceiro secretário em dois anos e meio. Se o meu projeto dependesse do governo, estaria esfacelado. A menina do Mackenzie [Maria Lúcia Marcondes Carvalho Vasconcelos, primeira secretária da gestão José Serra] era bem intencionada, mas não conseguiu nada. A segunda [Maria Helena Guimarães de Castro] eu respeito porque sabe que escola é avaliação. E sabe que para avaliar precisa de um rol de conteúdos. Mas teve problemas de gestão. Por exemplo, a prova de temporários era uma boa ideia. Mas a implementação foi péssima, sem preparo jurídico, o que melou o sistema. Ou seja, o governo não tem a menor ideia do que fazer com as escolas. Deveríamos nos preocupar com o que realmente interessa, que é a aprendizagem dos alunos. Depois se acerta a burocracia. Hoje, os diretores ficam mais preocupados com as atinhas, e o aluno não tem aula. É uma inversão. É triste, porque se é esse caos em São Paulo, imagina nos outros Estados. Nem as universidades conhecem a rede. Ganhei da Escola de Aplicação da USP [que ficou em 3.293º lugar no ranking nacional], por exemplo. E a esquerda até hoje acha que a democracia é o principal debate para a escola. Você pega o PT, eles estão discutindo eleição para diretor de escola. Uma bobagem. Deveria pegar os melhores quadros para dirigir a escola. Isso aqui não é sindicato. Estou me aposentando e não vejo caminho. A escola pública vai continuar dependendo de talentos isolados. O Estado só atrapalha. Aquelas que seguiram a linha, se esfacelaram.

FOLHA – O sr. sofre retaliações?
OLIVEIRA – Nenhuma. Conheço o ofício. Os pais sabem que essa escola funciona, daí vem o apoio. No começo, senti pressão. O supervisor vinha e falava: “Como não vai mandar os professores para formação?”. Eu dizia: “Vou chamar a imprensa e explicar que os alunos vão ficar sem aulas.” Eles desistiam de me pressionar. Mas era um sobressalto constante.

FOLHA – Como o sr. avalia o corpo docente da sua escola e da rede?
OLIVEIRA – Aqui o pessoal é qualificado. Gente da USP, PUC, do Mackenzie. É uma nata que gostou do trabalho. Aqui se consegue dar aula, raridade na rede. Foi uma seleção natural ao longo dos anos.

FOLHA – Quanto ganham seus professores?
OLIVEIRA – Os mais novatos, com cinco anos de experiência, uns R$ 1.700, a média do Estado. Eu sou um diretor de 30 anos, que vai se aposentar na casa dos R$ 3.000.

FOLHA – Há pesquisas que mostram que o salário da rede estadual paulista não é ruim. O sr. concorda?
OLIVEIRA – Em cidades do interior, o salário de professor é o maior da cidade. Mas o Estado deve atrair melhores quadros. O salário não é compatível.

FOLHA – Como o sr. avalia a estrutura física da sua escola?
OLIVEIRA – Não consigo uma reforma porque não participo das reuniõezinhas, não vou lá ficar bajulando. Eu percorria gabinete de deputado para pedir reforma. Desisti. É indigno para um diretor.

FOLHA – Qual a principal ação para melhorar o ensino público?
OLIVEIRA – Gerência. Precisa ser técnica, trabalhar currículo, diagnóstico. Até trazer gente da iniciativa privada. Ou colocar os diretores das melhores escolas na gestão do sistema.

FOLHA – O que o sr. acha do novo secretário, Paulo Renato Souza?
OLIVEIRA – Tenho simpatia pela trajetória dele. Mas ele se tornou político. O problema é saber se o objetivo dele é eleger o Serra presidente ou melhorar o ensino. Se ele chegou apenas com visão política, as escolas vão seguir esfaceladas, sem conteúdos. Ele vai ser mais um.